A imagem de fumaça sendo emitida por um crematório no bairro Medianeira, em Porto Alegre, na sexta-feira (19), assustou moradores da região e levantou suspeitas sobre a capacidade deste serviço durante a pandemia da covid-19.
O problema, conforme o Angelus Memorial e Crematório e a Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam), foi pontual, devido a uma queda de luz, e nada tem relação com a ampliação das cremações.
O Rio Grande do Sul tem 13 crematórios. Desde 11 de março, os estabelecimentos tiveram autorização da Fepam para operar com a capacidade máxima dos equipamentos, dentro da margem de segurança do aparelho, e também em horário ampliado.
A demanda por cremações teve aumento de 63% em Porto Alegre se comparados os três primeiros meses de 2021 (até 19 de março) com o mesmo período do ano passado, mas com o mês de março completo.
Isso não significa, segundo a presidência da Fepam, que ocorram processos fora das normas de controle e segurança.
– A portaria trouxe medidas emergenciais, temporárias e necessárias, relacionadas ao decreto de calamidade pública, para evitar problemas sanitários, como o acúmulo de corpos contaminados – explica a presidente do órgão, Marjorie Kauffmann.
Ainda conforme Marjorie, houve uma alteração no procedimento licenciatório para que os crematórios que estivessem em processo de licenciamento pudessem operar com uma autorização geral e não somente com a Licença de Operação, como é de praxe. Segundo ela, foi uma medida para tornar o processo "mais célere, mas não com menos rigor".
– Importante destacar que essas mudanças não significam que as pessoas passarão a ver fumaça. Tanto que a portaria já tem 10 dias de funcionamento e nada de diferente foi percebido. O problema de sexta-feira foi pontual e por falta de luz – destacou Marjorie.
O que ocorreu no Angelus foi que, por uma falha, o gerador de energia não ligou automaticamente quando houve queda de luz. Com isso, uma das câmaras, a que processa gases e resíduos em temperatura entre 800°C e 1.200°C, parou. Com isso, houve a emissão de fumaça.
Conforme Ary Bortolotto, diretor do Angelus, o problema durou cerca de 10 minutos – sendo que o limite de aceitação da Fepam para não precisar comunicar falhas é de cinco minutos.
– Foram apenas cinco minutos a mais do aceitável. Foi pontual. Primeira vez que ocorreu em dois anos de funcionamento. Temos o gerador próprio, mas ele não ligou. Comunicamos à Fepam. No domingo, fizeram fiscalização e está tudo funcionando normalmente – disse Bortolotto.
A Fepam confirmou a fiscalização e a normalidade dos serviços.
Confira locais onde há crematório no RS
- Porto Alegre: 2
- Viamão: 1
- Cachoeirinha: 1
- São Leopoldo: 1
- Novo Hamburgo: 1
- Glorinha: 1
- Canela: 1
- Caxias do Sul: 1
- Santa Maria: 1
- Passo Fundo: 1
- Santa Rosa: 1
- Capão do Leão: 1
Contato com a Fepam em caso de suspeita de irregularidades:
- Fone: 0800-0312146
- E-mail: denuncia@fepam.rs.gov.br