Uma reunião entre o prefeito eleito Sebastião Melo (MDB) e os partidos que o apoiaram no pleito ocorrerá na manhã desta quarta-feira (2), tendo como um dos focos as discussões dos nomes e das metodologias que irão balizar a transição de governo junto ao atual prefeito Nelson Marchezan (PSDB).
— O Melo decidiu chamar os partidos para esta manhã, inclusive os que se agregaram no segundo turno. Vamos agregar contribuições e ideias ao plano de governo. E, depois, vamos tratar da transição — diz o vereador eleito Cezar Schirmer (MDB), considerado nome certo para a condução da troca de comando no Paço Municipal.
A confirmação do encontro com os aliados ficou pendente por toda a tarde desta terça-feira (1), mas o adiamento da reunião entre Melo e o presidente Jair Bolsonaro, em Brasília, por entraves de agenda, abriu caminho para a efetiva largada dos trabalhos das equipes de transição.
— Acredito que vamos envolver todos os partidos e mais os quadros técnicos que podem contribuir. A transição será muito curta, vão ser tratadas questões muito específicas e imediatas, como a pandemia e o calendário escolar. São dois exemplos. Obviamente que se discutirá as questões financeira e orçamentária — avalia Schirmer.
Neste ano, devido ao alongamento do calendário eleitoral, em consequência da pandemia, o período de transição de governo será menor do que em eleições anteriores. Se antes havia cerca de dois meses para os trâmites, agora tudo deverá ocorrer em 30 dias. Considerando as festas de final de ano, o prazo irá se tornar ainda mais enxuto.
Legendas que estiveram com Melo no segundo turno foram deixadas de sobreaviso sobre o início da operação.
— O prefeito eleito ficou de fazer uma reunião nesta quarta com os partidos para falarmos sobre a transição. Vamos tratar de metodologia. Não temos definição de quem irá representar o PTB. Estamos esperando — diz Everton Braz, presidente do PTB de Porto Alegre.
A tendência é que, a partir do início da transição, Melo também inicie discussões sobre a montagem do seu governo. Na segunda-feira (30), em entrevista a GZH, ele disse que não irá aumentar as estruturas de governo “nem que a vaca tussa”. Até o momento, lideranças de siglas aliadas adotam cautela e asseguram que as conversas não avançaram.
— Nós apoiamos o Melo em função de projetos que consideramos essenciais: mais postos de saúde até às 22h, creches abertas até mais tarde, centro de referência do autista e regularização fundiária. Nessas áreas, eu acredito que podemos ajudar e construir. Temos bons técnicos — diz o vereador reeleito Claudio Janta (SD).
Presidente do PTB, Braz diz que, antes de apontar nomes, a sigla aguarda sinalização do prefeito eleito sobre o perfil que ele deseja para as funções públicas.
— Temos vários quadros com experiência na administração, passamos por vários setores, temos pessoas testadas. Conhecemos muito a cidade e a máquina administrativa, a nossa ideia é colaborar com o governo. Mas não há, da nossa parte, nenhuma área específica que estamos almejando. Vamos indicar para onde o Melo nos apontar como desejável — afirma Braz.
Atual vice-prefeito e apoiador de Melo no segundo turno, Gustavo Paim disse que o seu partido, o PP, ainda não debateu sobre secretariado.
— Acredito que virá do prefeito eleito uma provocação sobre os perfis que ele deseja — diz Paim.
Também nesta quarta-feira, Melo deve discutir com o vereador reeleito Idenir Cecchim (MDB) a listagem de projetos de lei que estão em tramitação na Câmara. A intenção é avaliar as propostas que estão aptas a serem votadas no Legislativo. A partir disso, esperam definir as mais urgentes de serem aprovadas, as que podem esperar e as que, eventualmente, devem ser rejeitadas em caso de irem à votação em plenário. Nesta terça-feira (1), Melo também esteve na Assembleia Legislativa, onde tem mandato de deputado estadual. Na ocasião, conversou com alguns líderes partidários.