Milhares de gaúchos ainda aguardavam na manhã desta terça-feira (15) o retorno da energia elétrica após a interrupção dos serviços em decorrência do temporal que atingiu o Estado na tarde do último domingo (13). Sem energia elétrica desde então, moradores da Zona Sul contabilizam prejuízos e reclamam da falta de previsão para o restabelecimento do serviço. Parte dos atingidos chegou a medidas extremas, como sair às ruas em busca de equipes de manutenção da CEEE e até mesmo ir à sede da companhia, após seguidas tentativas de atendimento por telefone. Em entrevista ao Gaúcha Atualidade, o diretor de distribuição da companhia, Giovani Francisco da Silva, avaliou os motivos que acarretam na demora da recomposição da energia.
— Neste momento, a gente vive uma situação totalmente atípica. Temos 182 eletricistas afastados por restrições (atestados) e 90 por covid-19 — afirmou Francisco, completando: — Vivemos um momento muito difícil na empresa. Estamos prestes a privatizá-la. Para motivar a equipe é bem difícil.
O contingente de funcionários afastados em decorrência do coronavírus representa cerca de 10% do quadro da empresa. Ainda segundo Francisco, há dificuldade de contratação diante de férias coletivas no final de ano e dificuldade de pagamento de 13º salário.
O edital de privatização da CEEE-D foi publicado no Diário Oficial do Estado no dia 8 de dezembro. O documento confirma o preço mínimo simbólico de R$ 50 mil e a data do leilão para 3 de fevereiro. Para permitir a cobrança de algum valor, a CEEE-D teve de receber aporte de capital do governo do Estado de R$ 3,3 bilhões.
"Estamos reforçadíssimos e vamos atender a todos"
O número de clientes que permanecem sem energia elétrica é de 20 mil no Rio Grande do Sul, conforme balanço atualizado no começo da manhã desta terça-feira. Metade dos pontos afetados está na área da CEEE. Porto Alegre ainda registrava cerca de 10 mil pontos em que o abastecimento não foi normalizado. Segundo o diretor de distribuição da CEEE, o serviço será totalmente normalizado no decorrer desta terça-feira.
— Estamos com 100 equipes leves, aquela caminhonete com cesto, e com 90 caminhões na rua. (...) Ontem deslocamos o efetivo do Litoral Norte, do Centro-Sul, veio todo mundo para cá. Hoje estamos reforçadíssimos e vamos atender a todos — garantiu Giovani Francisco.