Um dia após entregar sua defesa no processo de impeachment aberto pela Câmara dos Vereadores, o prefeito Nelson Marchezan falou ao programa Gaúcha Atualidade, da Rádio Gaúcha, na manhã desta terça-feira (25). O chefe do Executivo chamou o processo aberto pelo Legislativo de "perda de tempo e agressão à cidade".
— (O processo) Objetiva decidir as eleições de 2020 no lugar dos porto-alegrenses. Querem me retirar e assumir a prefeitura (...) A articulação veio de partidos que ficaram de fora da minha coligação (para a próxima eleição) — disse.
Entre as 29 testemunhas chamadas pelo prefeito em sua defesa, há nomes de integrantes ou pessoas com passagem por governos de fora do Rio Grande do Sul, como o ministro interino da Saúde, general Eduardo Pazuello, o ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, o ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, o secretário-executivo do Ministério das Comunicações, Fabio Wajngarten, e o secretário de combate à covid-19 em São Paulo, João Gabbardo dos Reis.
O processo de impeachment tem como peça central o questionamento do uso de R$ 3,1 milhões do Fundo Municipal de Saúde para publicidade em Saúde durante a pandemia da covid-19 em Porto Alegre. O prazo para o julgamento é de 90 dias, a contar do dia seguinte à notificação do prefeito, em 11 de agosto. A data final seria 9 de novembro, a seis dias das eleições municipais.
— Eu acho que a Câmara deveria encerrar logo isso, porque não vai fazer bem à instituição (...) Manchou a história da Câmara dos Vereadores e da cidade — afirmou Marchezan.
Pandemia na Capital
O prefeito também comentou sobre a situação da pandemia de coronavírus em Porto Alegre. Segundo Marchezan, números como os da ocupação de leitos de UTI mostram que a cidade atingiu "certa estabilização".
— Os números de ontem e hoje (nas UTIs) são parecidos com os de um mês atrás (...) Estamos há 30 dias mantendo uma certa estabilização — disse.
Questionado sobre a possibilidade de liberação de novas atividades econômicas na Capital, Marchezan afirmou que "pode ser que seja construído algo nesta semana". Mas ponderou:
— Alguma mudança (flexibilização) provavelmente só na sexta-feira. E talvez a gente espere mais uma semana.