Parques e praças em Porto Alegre serão interditados ao público, a partir deste sábado (4), na tentativa de conter o número de casos de infecção por coronavírus na Capital. O fechamento dos locais se dará por 15 dias.
A mudança foi anunciada pela prefeitura de Porto Alegre na tarde desta sexta-feira (3), durante uma transmissão online do prefeito Nelson Marchezan, que também divulgou outras medidas restritivas como a suspensão das atividades em estabelecimentos comerciais.
O fechamento ocorrerá no trecho 1 da orla do Guaíba e em quatro locais que são cercados, os parques Germânia, Harmonia, Chico Mendes e Gabriel Knijnik , segundo Marchezan. De acordo com a prefeitura, a Guarda Municipal vai agir em casos de descumprimento e, se precisar, irá aplicar multas.
Os espaços foram escolhidos, conforme a prefeitura, pela viabilidade de serem fechados com equipamentos, o que seria mais difícil em outros locais. Mas a orientação é que os moradores da Capital fiquem em casa e não saiam de suas residências por 15 dias.
As ruas de lazer no entorno dos locais — modo em que um logradouro tem o tráfego de carros proibido para que ele seja ocupado por pedestres — não irão funcionar, assim como a área azul das proximidades.
Em relação aos parques que não serão fechados, como a Redenção, a prefeitura orienta que as pessoas não usem esses locais. A venda de qualquer comida ou bebida dentro dos parques e praças da cidade será proibida.
Ao anunciar a medida, o chefe do Executivo fez um "apelo à população":
— Fique o menos possível, fique somente o necessário fora da sua residência. São 15 dias para que a gente possa, neste período, tentar diminuir esta velocidade de expansão de contaminação na cidade de Porto Alegre. É muito importante dizer: nós não sabemos se essa será a última restrição (a ser aplicada na Capital), mas ela é essencial para que a gente salve vidas — afirmou.
Marchezan justificou que é necessário conter a rapidez com que os casos na Capital se alastram. Ele definiu a situação como um "momento de perigo":
— Agora não é o problema de evitarmos a contaminação, ela já aconteceu em um número considerável de pessoas. A maioria de nós já conhece alguém que foi contaminado. O que nós temos é de suspender, parar ou diminuir a velocidade de contaminação, sob pena de as estruturas hospitalares não terem capacidade de atender aqueles cidadãos que precisarem — disse.
As ações incluem ainda o corte do vale-transporte de empregados de serviços não essenciais, a proibição de estacionamento de veículos nas áreas azuis e mais restrições ao comércio. Segundo a prefeitura, tanto a Orla quanto os parques Germânia, Harmonia, Chico Mendes e Gabriel Knijnik terão entrada restrita no sábado (4). Na Orla, as restrições começarão a ser aplicadas à meia-noite de sexta para sábado.
Mudança de postura
O fechamento dos locais representa uma mudança de postura de Marchezan. Até agora, o prefeito defendia que ter os espaços abertos ao público era positivo e permitiria que fossem usados, se de forma adequada, pelos moradores da Capital como um "respiro" ao distanciamento.
— Nesses locais, as pessoas podem circular de forma muito mais segura do que na maioria dos demais locais, de comércio ou serviços. É muito melhor do que ir a um café, um restaurante. Mas é evidente que fica o apelo de que se mantenha o distanciamento social nesses locais — afirmou Marchezan em live realizada em 14 de junho.