Uma postagem no Facebook de Neomar Turatti, um dos sócios da Lancheria do Parque, em frente à Redenção, fez o coração dos fãs de pastel com suco na jarra de liquidificador baterem mais forte nesta quinta-feira (18). Na legenda de uma foto dentro da Lancheria, em que ele e outros dois sócios apareciam de máscara, dizia: “Reformando a Lanchera, vamos voltar melhor”.
Fechado desde março, o local, um patrimônio afetivo de Porto Alegre, demitiu todos os funcionários no começo de abril, quando sequer tinha previsão de retomada das atividades. A imagem recente, que logo correu por grupos de Whatsapp, despertou nos clientes esperança de um retorno breve. Mas não deve ser bem assim.
Segundo Turatti, ainda que a prefeitura tenha flexibilizado as regras, permitindo o funcionamento de bares e restaurantes, eles só devem reabrir as portas quando puderem operar com segurança. O que, segundo estima, não deve ocorrer antes de o inverno acabar.
— Só vamos reabrir depois que tudo isso passar. Antes de agosto, não — projeta.
A visita ao local — que faz, pelo menos, duas vezes por semana — serviu para fazer melhorias na estrutura, de olho num futuro que exigirá mais cuidados. Para facilitar a limpeza, algumas estruturas em fórmica e parte dos balcões foram substituídos por outros, de aço inox. Também limparam e fizeram reparos na pintura de alguns pontos.
A movimentação despertou a curiosidade de diversas pessoas, que, ao verem a porta aberta, interpelaram os sócios para saber se a Lanchera, como é carinhosamente chamada pelos frequentadores, estava de volta.
— Veio um monte de gente perguntando: “Já vai abrir?” Mas ainda não tem condições. Estamos só arrumando — disse.
Conforme Turatti, parte das mesas do local, que vivia lotado, havia sido retirada. Mas considera que, ainda assim, é inviável operar com apenas 30 pessoas dentro da lancheria.
A opção por manter o local fechado tem a ver com a segurança de funcionários e frequentadores — e também com o perfil de atendimento de um dos principais pontos de encontro do entorno da Redenção. Em razão do alto fluxo de pessoas, os sócios consideram arriscado projetar um retorno enquanto o vírus estiver circulando na Capital.