Indígenas de uma aldeia caingangue em Porto Alegre serão submetidos a testes de covid-19, após a identificação de um surto no local. Já foram testados 51 moradores, com 15 resultados positivos, além do primeiro caso. A meta é chegar a todos os 202 que moram na área. A segunda fase da testagem será iniciada na manhã de quarta-feira (24), quando os kits serão liberados.
— Quem testou positivo está isolado na escola dentro da área indígena. Alguns apresentam sintomas gripais, mas nenhum necessita de internação no momento — relata a responsável pela área técnica da saúde indígena da Secretaria Municipal da Saúde (SMS), Rosa Rosado.
O isolamento, que começou no último final de semana, terá duração de 14 dias, até que os doentes estejam curados, evitando a disseminação do vírus.
A recomendação do Ministério da Saúde em casos de surtos em aldeias é evitar o contato dos moradores com pessoas de fora. O atendimento dos habitantes do local é realizado pela equipe de saúde indígena da prefeitura, composta por médico, enfermeiro, dentista, auxiliar de saúde bucal e técnica de enfermagem.
Caso
Em 12 de junho, um indígena da aldeia procurou atendimento médico no pronto atendimento da Lomba do Pinheiro, na zona leste de Porto Alegre, com sintomas gripais, onde foi realizada a coleta de amostra para teste de covid-19. Posteriormente, foi internado no Hospital Conceição no dia 16, quando houve a confirmação da doença. Ele recebeu alta na última quinta-feira (18).
A SMS rastreou os contatos próximos do paciente e, assim, fez testes em 51 moradores da aldeia. Desses, 15 testaram positivo. A partir disso, como os hábitos sociais dos indígenas integram um convívio social intenso, ficou decidido que todos os 202 habitantes também serão testados pelo método RT-PCR.
No país, são 4.185 casos confirmados de coronavírus entre povos indígenas, de acordo com dados da Secretaria Especial de Saúde Indígena do Ministério da Saúde, com 117 óbitos.