A Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Smams) concluiu na manhã desta terça-feira (31) a operação emergencial para despejar 40 mil litros de água no lago do Parcão, que se encontra com nível muito baixo.
O lançamento da carga estava programado para terminar na véspera, mas acabou se estendendo por mais um dia para completar o volume previsto. Se a chuva esperada para a virada do ano não se confirmar, novos despejos poderão ser realizados a partir do dia 2 de janeiro.
O objetivo da medida, conforme a assessoria de comunicação da Smams, não é preencher completamente o lago — o que exigiria uma grande quantidade de água —, mas repor o mínimo necessário para evitar a mortandade de espécies como peixes ou tartarugas que vivem no local. O caminhão-pipa utilizado é da própria Smams, que costuma usá-lo para combater focos de incêndio no Parque Natural Municipal Saint'Hilaire, e a água foi coletada de hidrantes localizados na própria região.
Conforme a secretaria, embora o líquido seja potável, a operação de emergência não causa prejuízo aos esforços do Departamento Municipal de Água e Esgotos (Dmae) para levar água a zonas da cidade afetadas por desabastecimento, como a Lomba do Pinheiro.
A Smams sustenta que o socorro aos animais não desloca veículos do Dmae, já que o caminhão-pipa empregado no Parcão não é do departamento nem tem relação com o desabastecimento em outras regiões da cidade, prejudicadas por limitações da rede municipal.
Até o momento, a Smams não registrou mortes de animais no lago ou recebeu relatos de frequentadores. Em visita ao local por volta das 8h desta terça, GaúchaZH não localizou espécimes mortos.
Visão de frequentadores
Luiz Otávio Castilhos, 42 anos, saiu com o filho Miguel, seis anos, do bairro Costa e Silva, zona norte de Porto Alegre, para passear no Parcão na manhã desta terça-feira. Os dois estavam às margens do lago alimentando os pássaros.
— Eu já vim várias vezes aqui. Nunca vi a água com essa cor tão escura. É um lugar lindo, poderia ser mais bem cuidado — disse.
Já Celso Cunha, 59 anos, frequentava o parque quando era mais jovem. Agora, morando em Lyon, na França, visita o local uma vez por ano:
— Eu até acho que agora está mais bonito do que antigamente. Um pena o lago estar desta maneira. Vamos esperar a chuva.