A prefeitura e a Caixa Econômica Federal (CEF) assinaram nesta sexta-feira (21) um contrato de financiamento de R$ 220 milhões para a construção da Estação de Tratamento de Água (ETA) da Ponta do Arado, no extremo sul de Porto Alegre. Ainda não há, no entanto, previsão para o início da obra que promete resolver o problema de abastecimento na região, prevista para levar três anos.
— A gente tem uma pressa gigantesca (em começar a obra) porque, além de melhorar o abastecimento para mais de 240 mil pessoas, vai permitir a liberação de mais de cem empreendimentos que estavam impedidos por falta de estrutura na região — disse o prefeito Nelson Marchezan, que acredita que haverá "boas notícias" sobre o tema no segundo semestre.
Os trabalhos, que preveem melhorias a captação, canalização e distribuição de água na região, vão permitir dobrar a capacidade de abastecimento do sistema Belém Novo, passando dos atuais mil litros por segundo para 2 mil litros por segundo. A prefeitura acredita que a ETA deve solucionar de forma definitiva o problema no extremo sul, especialmente castigado pela falta de água nos meses de verão.
Segundo a prefeitura, o financiamento aprovado pela Caixa Econômica Federal é o primeiro desde 2010, quando foram firmados os contratos para a execução das obras da Copa. Nos últimos dois anos, o Executivo diz ter tentado outros financiamentos — entre eles o da Ponta do Arado —, mas teria tido os pedidos rejeitados em razão da crise financeira.
— Porto Alegre melhorou. Antes, não tinha acesso a uma série de linhas de financiamento. Esperamos que esse seja só o primeiro — disse o presidente da CEF, Pedro Guimarães.
A CEF não divulga a posição do município no ranking nacional, mas ressalta que está entre as cidades consideradas "solventes", ou seja, com capacidade para pagar financiamentos. O prefeito defende que as medidas de reestruturação econômica foram responsáveis por melhorar a reputação do município junto ao banco com o qual o poder público deve acertar, nas próximas semanas, a venda da folha de pagamento dos servidores.
Conforme o banco, o financiamento deve começar a ser quitado 24 meses depois do fim da obra, em um período de até 20 anos. Além da verba liberada pela Caixa Econômica Federal, a prefeitura deve investir cerca de R$ 10 milhões de recursos próprios na obra.