Das 1.437 câmeras sob responsabilidade da prefeitura de Porto Alegre, 358 (24,9%) não estão funcionando, conforme o próprio Executivo. O dado é duas vezes e meia maior do que o considerado aceitável pelo Centro Integrado de Comando e Controle (Ceic): 10%.
O número é mais alarmante quando se faz o recorte de equipamentos em escolas municipais. Das 847 câmeras, uma média de seis por instituição, 250 (29, 5%) não estão repassando as imagens.
A prefeitura argumenta que a maioria das câmeras que estão danificadas é de vigilância interna – como dos colégios, da Carris, de repartições públicas ou de casas de bombas do Departamento Municipal de Água e Esgotos (Dmae). As da EPTC, voltadas principalmente ao trânsito, têm um índice de 8% desligadas. Por isso, o Executivo avalia que os principais pontos da cidade não estão com o monitoramento prejudicado.
— O nosso índice positivo é que aquelas que estão muito mais voltadas para cuidar da comunidade e da cidade seguem operando — defende o coordenador do Ceic, Adriano Bokerskis.
Segundo ele, a prioridade da prefeitura são as câmeras de parques como a Redenção e a orla do Guaíba, que reúnem um grande número de pessoas, especialmente aos finais de semana. Dos 26 equipamentos da Redenção, dois estão com problemas.
Bokerskis explica que alterações climáticas, como temporais, são o principal fator que deixam as câmeras fora de operação. Há ainda casos de vandalismo e de cabos de fibra ótica rompidos (ou queima delas por quedas de energia).
Ainda segundo o coordenador do Ceic, o número de câmeras em funcionamento é alterado todo dia, já que há equipes da Companhia de Processamento de Dados do Município de Porto Alegre (Procempa) fazendo a manutenção. Ele diz, também, que os equipamentos da EPTC apresentam menos problemas porque a empresa tem contrato próprio para consertos.
A prefeitura defende que ampliou o número de verificação de carros roubados e furtados que transitam pela cidade a partir da análise das imagens. São 850 mil veículos monitorados todo dia na cidade.
Prefeitura promete aumentar número de câmeras
Foi finalizado recentemente um projeto organizado pela área de segurança e trânsito da prefeitura para dobrar o número de câmeras de ruas de Porto Alegre. Um estudo foi feito por técnicos do Ceic para definir os locais que receberão os equipamentos. O monitoramento deve ser focado em duas áreas de grande movimentação de pessoas e carros: o entorno da rodoviária e o aeroporto Salgado Filho.
O projeto conta com câmeras com inteligência artificial – tornando possível a análise comportamental remota de pessoas que estão caminhando pela rua e o reconhecimento facial, que já está em fase de testes.
A proposta está agora com a Secretaria Municipal de Planejamento e Gestão. A pasta está acertando detalhes sobre a forma de captação de recursos para que o investimento possa ser feito.
Polícia Civil e BM têm usado câmeras da prefeitura
As câmeras de segurança são usadas para evitar crimes e auxiliar em investigações policiais. O comandante do policiamento da Capital, coronel Rodrigo Mohr Picon, declara que o número de prisões por meio do cercamento eletrônico da cidade aumentou recentemente.
A diretora regional da Polícia Civil em Porto Alegre, delegada Adriana Regina da Costa, informou que nesta semana foi feita uma reunião com os delegados e chefes de investigação dos 22 distritos policiais da cidade com a Guarda Municipal e o Ceic para que eles tenham maior conhecimento do trabalho do Executivo com câmeras de segurança.
Números
- - 1.437 câmeras estão espalhadas em diversas secretarias do município, parques e praças
- - Dessas, 1.079 estão em funcionamento
- - 253 câmeras do município são espelhadas do Departamento de Comando e Controle do Estado (DCCI)
- - O Ceic tem acesso a 52 câmeras do Estado