Um barulho forte, semelhante ao de uma explosão, assustou moradores de Triunfo, na Região Metropolitana, no começo da manhã desta quinta-feira (21). O estrondo foi ouvido no Polo Petroquímico por volta de 6h30min.
Segundo a assessoria de imprensa da Braskem, o que ocorreu foi um processo chamado decomp, que é a ativação automática de dispositivos de segurança dos reatores para evitar acidentes. O deslocamento de ar é um procedimento incomum que ocorre quando é necessário liberar pressão. Houve, inclusive, um pequeno foco de incêndio que já foi controlado.
Apesar de o mecanismo ser acionado justamente para prevenir acidentes, quem ouviu o barulho no começo da manhã pensou que se tratava de algo grave:
— Eu me assustei porque os vidros chegaram a balançar. Tremeu tudo. Achei que alguma coisa tivesse explodido. Nunca tinha ouvido nada assim — contou Adriana Gonçalves, proprietária do Restaurante Tradição, que fica em um posto de combustíveis na RS-124, cerca de dois quilômetros do local do incidente.
O estrondo chegou a ser ouvido até por quem estava a mais de oito quilômetros do local:
— A gente sabe que tem vários produtos lá, então acha que pode ser algo grave. Pensei no pior. Depois fiquei sabendo que não era nada grave — relatou o funcionário público Gilton Guimarães.
O incidente ocorreu na planta 4 da Braskem, onde é feita a produção de polietileno. A área de segurança do Polo Petroquímico foi acionada na hora em que foi ouvido o barulho. Não houve feridos.
Por volta das 9h, a aparência era de normalidade nas operações, com entrada e saída de caminhões. A assessoria de imprensa informou, contudo, que a planta está com as atividades paralisadas para que seja apurado o motivo do incidente.
— Cheguei para trabalhar, mas já estou voltando para casa. Terei que voltar à noite para manutenção no local — informou um funcionário, que preferiu não se identificar.
A Braskem informou que já começou um processo de investigação para saber o que provocou o deslocamento de ar para que sejam feitas as adequações necessárias.
— É o que chamam de distúrbio de processo, quando uma pressão mais forte do que o normal ocorre sobre o equipamento e há o rompimento de uma válvula de segurança — afirma o vice-presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Indústria Petroquímica de Triunfo, Carlos Heitor Machado Rodrigues.
Um engenheiro que trabalha no Polo Petroquímico disse a GaúchaZH que, embora se trate justamente de um mecanismo de segurança, "é um barulho amedrontador até para quem está acostumado".