A pauta da palestra que o prefeito Nelson Marchezan deu a empresários no evento Tá Na Mesa, um almoço realizado na Federasul nesta quarta-feira (27), era "Porto Alegre do Futuro". Porém, o passado recente, marcado pela aprovação do polêmico projeto que retira benefícios dos servidores públicos municipais, foi destaque na entrevista coletiva dada à imprensa antes do evento.
Em clima de vitória após a aprovação da proposta rejeitada no ano passado, que na terça-feira recebeu ampla adesão dos vereadores, Marchezan fez críticas ao Sindicato dos Municipários de Porto Alegre (Simpa), acusando-o de cometer atos criminosos, e disse torcer para que "surjam outras lideranças" que representem a categoria.
— Eu espero que agora, que os servidores estão livres, eles realmente se libertem da amarra específica de um sindicato dominado por partidos, por ideologias e por interesses privados, e possa realmente ter um diálogo melhor com a gente. O diálogo com o Simpa está encerrado — disse.
O prefeito criticou, ainda, a postura do Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers), que pretende convocar a imprensa para denunciar as más condições de trabalho dos médicos em postos de saúde da prefeitura.
— Acho que o Simers devia ter feito isso ao longo de todos os anos de sua existência. Parece um pouco de oportunismo e chantagem ele fazer isso nesse momento: "já que eu não tive o meu interesse individual atendido, vou fazer o meu apontamento, usando o legislativo e a imprensa como massa de manobra da população" — avaliou.
Durante a entrevista à imprensa, Marchezan falou, ainda, sobre os planos de avançar na "desestatização dos serviços" e firmar parcerias com a iniciativa privada, especialmente, para entregar as obras pendentes de conclusão na Capital.
O prefeito também voltou a destacar a importância da aprovação das reformas propostas pelo Executivo como forma de equilibrar as finanças públicas municipais. Na sua avaliação, os projetos aprovados daqui para a frente, no entanto, só devem surtir efeito para as gestões futuras:
— Se a gente aprovar as reformas nesse ano, o próximo prefeito, no seu primeiro, segundo ano, terá o prazer de anunciar que todos os fornecedores e servidores receberam em dia. Neste governo, mesmo aprovando agora, dificilmente a gente atinge esse objetivo.