Municipários realizaram uma caminhada na manhã desta terça-feira (26) em Porto Alegre como resposta à proposta que altera o plano de carreira dos servidores, enviada pela prefeitura da Capital e que tramita na Câmara de Vereadores. Nesta manhã, o projeto é discutido pelas comissões da Casa e, se aprovado, já pode ser votado pelos parlamentares após 48h.
Após a votação pelas comissões, o líder do governo, vereador Mauro Pinheiro, da Rede, vai encaminhar requerimento de sessão extraordinária para que a proposta seja votada ainda na quinta (28).
O grupo, ligado ao Sindicato dos Municipários de Porto Alegre (Simpa), saiu do Hospital de Pronto Socorro (HPS), por volta das 9h30min, e se dirigiu até a Câmara. Alguns servidores já estão dentro da Casa, e outros tentam ingressar, mas são liberados aos poucos, em pequenos grupos — não se sabe quantos poderão entrar no total. O objetivo é acompanhar a reunião e pressionar os vereadores para que haja mais tempo de discussão da proposta.
Durante o ato, algumas ruas tiveram bloqueios momentâneos, realizados pela EPTC.
Em greve
Os servidores anunciaram paralisação por tempo indeterminado a partir desta terça. Segundo o diretor geral do Simpa, Alberto Terres, a greve irá obedecer a decisão judicial de atender 100% dos serviços essenciais, com 50% da força de trabalho. A adesão e o impacto nos atendimentos serão avaliados no final do dia.
O Simpa também protocolou, na última sexta (22), um pedido para que a tramitação do projeto na Câmara fosse suspensa e para que seja realizada uma audiência pública.
— Foi autorizada uma audiência sobre o assunto, mas a tramitação do projeto não foi suspensa. Queremos fazer a audiência antes da votação. Serão 24 mil servidores, entre aposentados e ativos, que serão prejudicados se o projeto for aprovado — afirma o Terres.
Presente ao ato desta manhã, a técnica em enfermagem Patricia Martins trabalha há 23 anos no HPS. Ela teme que a mudança no estatuto, que será avaliada pelos vereadores, afete sua aposentadoria.
— Trabalhar 23 anos e me aposentar com metade do salário é muito ruim — disse.
Dentre os pontos criticados pelo sindicato estão a mudança no regime de incorporação das gratificações e alteração dos reajustes, que hoje preveem aumento de 5% nos salários a cada três anos.