Após as derrotas sofridas na Câmara Municipal nos dias que antecederam o recesso dos vereadores, o prefeito Nelson Marchezan afirma que se sente "triste" pela cidade. Em entrevista ao Gaúcha Atualidade, ele fez duras críticas ao Sindicato dos Municipários de Porto Alegre (Simpa), contrário a projetos como o que altera a remuneração do funcionalismo da Capital. Ele definiu o órgão como o "mais irracional".
— É um sindicato muito forte, mas um sindicato do mal, que briga para ver quem é mais raivoso. O Simpa faz mal à cidade — afirmou Marchezan.
GaúchaZH ouviu o diretor-geral do sindicato, Alberto Terres, que, em resposta, afirmou que o prefeito "transfere aos municipários sua incompetência de gestão". Clique aqui e leia mais.
Com projetos que devem ser votados na Câmara apenas depois do recesso — como o que altera o cálculo do IPTU e o que fala sobre o regime de previdência complementar — Marchezan também afirmou que o salário de servidores pode ser afetado até o fim do ano. Na terça-feira (17), o governo municipal anunciou que pode voltar a atrasar o pagamento do funcionalismo e de fornecedores.
Sobre os projetos já rejeitados, o prefeito também citou as liminares judiciais, que interferiram na ordem de votações na Câmara, como fatores que "mexeram na essência do trabalho" da casa.
— Em dois dias, foram três decisões judiciais surpreendentes. Isso interfere na legitimidade do trabalho dos vereadores, e muitos se deixaram levar. Foram dias de votações totalmente fora dos padrões normais da Câmara — argumenta.
Marchezan garante que não houve falta de diálogo com os vereadores, mas afirma que não se considera traído. O prefeito disse que acreditava ter convencido alguns dos parlamentares, que "mudaram de opinião" na hora de votar.