Após o prefeito Nelson Marchezan dizer, em entrevista à Rádio Gaúcha, que o Sindicato dos Municipários de Porto Alegre (Simpa) faz mal à cidade, o diretor-geral do orgão, Alberto Terres, rechaçou as afirmações. Segundo ele, ao atacar o sindicato, Marchezan ataca "todos os servidores que prestam serviço para a cidade".
— Um prefeito é eleito para dialogar, não para escolher uma categoria como inimiga. Ele tenta transferir sua incompetência na gestão aos municipários — defende Terres. — A incapacidade dele em dialogar com a cidade e os servidores o coloca em uma situação de ataque.
Falando, no programa Gaúcha Atualidade, sobre a derrota sofrida na Câmara ao tentar aprovar um projeto que modifica regras para os servidores municipais, Marchezan disse que o Simpa é "um sindicato do mal, que briga para ver quem é mais raivoso". Segundo Terres, a falta de diálogo com categoria e vereadores é a principal razão para as derrotas sofridas pelo Executivo na Câmara Municipal.
— Ele foi derrotado por sua própria base de governo e deveria fazer uma avaliação disso. Prova que o problema não é o funcionário, é a gestão dele. É o prefeito que faz mal à cidade, que está abandonada por ele.
O sindicato organizou uma greve de dois dias, segunda (16) e terça (17). A paralisação foi encerrada ontem — segundo os municipários, porque a votação dos projetos na Câmara está interrompida pelo recesso parlamentar. Uma assembleia prevista para o dia 26, seis dias antes de a Câmara retomar as atividades, em 1° de agosto, irá "reavaliar a conjuntura" política e as declarações de Marchezan sobre possíveis atrasos no pagamento do funcionalismo, anunciado pelo Executivo nesta semana.