Por ampla maioria, os municipários de Porto Alegre decidiram, na tarde desta terça-feira (17), encerrar a greve iniciada no dia anterior. O motivo é o recesso parlamentar que começou nesta terça, interrompendo votações na Câmara Municipal, onde tramitam projetos contestados pela categoria.
Outra definição foi de marcar uma nova assembleia-geral para 26 de julho, seis dias antes de a Câmara Municipal retomar as atividades legislativas e as votações dos projetos enviados pelo prefeito Nelson Marchezan. Conforme o diretor-geral do Sindicato dos Municipários de Porto Alegre (Simpa) Alberto Terres, a assembleia do dia 26 servirá para "reavaliar a conjuntura" política antes da retomada das votações.
Ainda segundo o dirigente do Simpa, os municipários mantêm o estado de greve e, diante de movimentações da prefeitura, a paralisação pode ser rapidamente retomada. Terres garante que, com o fim da greve, os servidores da Capital voltam ao trabalho na manhã desta quarta-feira (18).
A mobilização se deve à contrariedade com os projetos enviados pelo prefeito, em regime de urgência para a Câmara, e que mexem em benefícios dos servidores. Um dos principais foi rejeitado na última quinta (12), e outros devem ser votados a partir de agosto, após o recesso parlamentar. O primeiro da lista de votação trata da criação de uma previdência complementar para o funcionalismo da Capital.
Na assembleia, os municipários também aprovaram uma campanha em prol do impeachment de Marchezan. O pedido de impeachment do prefeito, conforme decisão judicial, deve ser apreciado pelos vereadores após os 10 projetos que já tramitam em regime de urgência na Casa.
Efeitos da greve
Dois setores do serviço público são afetados pela greve. O principal é a educação, que, conforme a prefeitura, tem cinco escolas municipais fechadas nesta tarde e outras 50 com atendimento parcial. O número de unidades afetadas representa 55% do total de 99 escolas da rede municipal.
Na saúde, que também sente os reflexos da paralisação, há uma unidade de saúde fechada (Beco do Adelar) e outras nove com atendimento parcial.
O Simpa não divulgou balanço de adesão à greve.