Morto ao ser atropelado por um ônibus na Avenida Farrapos, no bairro Floresta, enquanto pedalava na tarde deste sábado (30), Vitor Rovilio De Conto, 13 anos, foi descrito por familiares e professores como um menino inteligente, alegre e de muitos amigos, que adorava jogar videogame e passear no shopping.
– Era uma criança formidável, muito feliz. Ele queria fazer Medicina, e a gente estimulava – contou a empresária Patricia De Conto, 38 anos, irmã de Vitor por parte de pai, durante o velório, realizado na manhã deste domingo (1º), no Cemitério Parque Jardim da Paz, em Porto Alegre.
O adolescente saiu de casa rumo a um supermercado na Avenida Cristóvão Colombo para comprar um lanche para comer durante a partida Uruguai x Portugal pelas oitavas de final da Copa do Mundo. De acordo com informações da Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC) e da Brigada Militar, o coletivo da Soul trafegava pelo corredor no sentido Centro-bairro quando atingiu o garoto, que estaria descendo a Rua Câncio Gomes na contramão. A vítima morreu no local. Em depoimento, o motorista do ônibus teria afirmado que o ciclista atravessou a via quando o sinal estava aberto e que não teve tempo de frear e evitar o acidente.
Vitor morava com os pais, os empresários Hilario De Conto, 69 anos, e Elisete de Assis De Conto, 45, e irmãos em uma rua próxima do ponto da colisão. Frequentava o 8º ano do Ensino Fundamental do Instituto São Francisco – Santa Família, no bairro São Geraldo. A escola registrou o falecimento, "com enorme pesar", em seu site e também em sua página no Facebook. Elisângela Bordin, 41 anos, orientadora educacional, destacou que a família do estudante era muito presente na escola e parceira do corpo docente.
– Ele era extrovertido e se dava bem com os colegas, até com os de outras turmas – recordou Elisângela.
Professora de Português, Janice Cabral, 54 anos, lembrou que Vitor escrevia bem e tinha muita vontade de aprender, solicitando ajuda sempre que tinha dúvidas sobre o conteúdo. No projeto Jovens Escritores, em que os alunos deveriam escrever sobre o tema da Campanha da Fraternidade deste ano – Fraternidade e Superação da Violência –, Vitor foi o primeiro a concluir seu trabalho, discorrendo sobre a violência urbana.
– Ontem um colega dele me mandou uma mensagem: "Sôra, eu não paro de chorar". Temos que ver como lidar com essa dor deles – lamentou Janice.
O sepultamento está previsto para as 14h deste domingo.