Previstas para a Copa de 2014, 18 obras atrasadas já custaram R$ 100 milhões além do previsto aos cofres da prefeitura de Porto Alegre. A atualização desse valor até 2018 foi solicitada por GaúchaZH há três semanas. O levantamento ainda não foi concluído pela prefeitura e deve indicar uma quantia ainda maior, já que os projetos foram interrompidos por mais de um ano.
Esse gasto extra poderia ser utilizado pela administração municipal na resolução de outras demandas da cidade. A reportagem listou opções do que poderia ser feito na Capital com R$ 100 milhões.
Obras da Copa
Construir quatro corredores de ônibus da Padre Cacique. Inaugurado em junho de 2014, obra teve custo de R$ 24.584.143,01.
Construir cinco viadutos da Júlio de Castilhos. Inaugurado em junho de 2014, custou R$ 18.427.446,68.
O financiamento junto ao Banrisul poderia ser menor, somente R$ 20 milhões. Em 20 de fevereiro, a prefeitura de Porto Alegre assinou um contrato de empréstimo de R$ 120 milhões com o banco para retomar cinco obras da Copa.
Transporte público
Cobrir o déficit da Carris por um ano e oito meses. Em almoço com empresários no mês passado, o prefeito Nelson Marchezan disse mais uma vez que a Carris dá prejuízo de R$ 60 milhões ao ano.
Escolas
Investir em merenda escolar por 10 anos. Em 2017, segundo a Secretaria Municipal de Educação, foram investidos R$ 9,4 milhões na merenda das escolas municipais. Desse valor, 66% são recursos do governo federal, enquanto o restante provém dos cofres municipais. Se considerarmos apenas R$ 3,2 milhões, provenientes dos recursos da prefeitura, em 2017, seria possível investir em merenda escolar por 31 anos.
Folha de pagamento
Daria para manter a folha de pagamento da Fasc por 27 meses*
Daria para manter a folha de pagamento do Dmae por sete meses*
Daria para manter a folha de pagamento do Dmlu 26 meses*
Daria para manter a folha de pagamento da Educação por três meses*
*Informações baseadas no Portal da Transparência referente à folha de pagamento mensal desses órgãos no mês de fevereiro.
Capina
Pagar o serviço de capina por nove anos. Em janeiro, o secretário de Serviços Urbanos, Ramiro Rosário, informou que o critério para a escolha da empresa de capina segue a Lei de Licitações, ou seja, pelo menor valor oferecido, que neste ano foi R$ 625 por quilômetro. A previsão da prefeitura é capinar 16,5 mil quilômetros ao ano em Porto Alegre, o que pode gerar um custo de R$ 10,3 milhões ao município.
Ajuda a eventos
Seria possível manter eventos como Carnaval, Paixão de Cristo no Morro da Cruz, Parada Livre e Acampamento Farroupilha por cerca de 13 anos. Somando as quatro atividades, a prefeitura teria um gasto aproximado de R$ 7,2 milhões ao ano se não tive cortado esses recursos desde 2017.
Mercado Público
Fazer de 66 reformas no segundo andar do Mercado Público, obra inacabada há quase cinco anos, porque depende de estruturas contra incêndio, orçadas em R$ 1,5 milhão, que a prefeitura alegou não ter verba para instalar.
Saúde
Poderiam ser comprados 66 tomógrafos para o Hospital de Pronto Socorro (HPS) de Porto Alegre. Na sexta-feira (9), o único equipamento do hospital havia estragado e só voltou a funcionar no fim da tarde de quarta-feira (14). A média é de 80 exames de imagem por dia. O valor médio do aparelho fica em torno de R$ 1,5 milhão.