O enredo do Multipalco, junto ao Theatro São Pedro, se desenrola há longos 14 anos. Desde quando se iniciou a construção, em 2003, foram investidos cerca de R$ 40 milhões e inaugurados espaços como a Praça Multipalco, a Concha Acústica, restaurante, três andares de estacionamento, área administrativa e diferentes salas. Mas ainda faltam perto de R$ 20 milhões para toda a estrutura ser finalmente entregue, e a história chegar ao fim.
O prazo inicial para a estrutura ficar pronta era de cinco anos – ou seja, o período atual de construção já supera em três vezes o cronograma original. Seguem em construção o teatro principal da estrutura, com capacidade para 650 pessoas, uma sala para dança e outros ambientes distribuídos em dois andares. Entre os vilões que o projeto enfrenta estão a falta de recursos, já que a construção depende de doações ou leis de incentivo à cultura, e dificuldades técnicas – foi necessário escavar e explodir rochas no começo das obras, o que encareceu a iniciativa em cerca de um terço.
A dimensão que o empreendimento tomou ao longo do tempo e a exigência de materiais de primeira linha para todos os setores ajudam a deixar o Multipalco sem data certa de conclusão.
— É um projeto extremamente ambicioso em uma crista de rocha. Além disso, nunca abrimos mão da qualidade. É uma obra demorada, mas aqui não tem desvio e não contamos com recursos orçamentários de governo — declara o coordenador do Multipalco, José Roberto Diniz de Moraes.
A estratégia adotada foi concluir primeiro as áreas que podem gerar receita, como o estacionamento de três andares e o pavimento onde se localiza um restaurante. Depois, foram sendo entregues as salas destinadas a receber projetos culturais e estimular a criação artística. O próximo passo é a conclusão da entrada do complexo pela Rua Riachuelo, onde ficará o foyer do novo teatro.
Segundo Moraes, se toda a verba necessária estivesse disponível, o Multipalco poderia ser concluído em cerca de um ano e meio.
- Desde quando: 2003
- Principais entraves: falta de recursos e dificuldades de engenharia
- Prazo para ser resolvido: não há
- Custo: faltam perto de R$ 20 milhões
Confira a situação de cada uma das eternas pendências:
Desde que a urbanização e a industrialização se intensificaram, entre os anos 1960 e 1970, Guaíba passou a receber quantidades crescentes de esgoto. Limpeza exige ao menos R$ 2,8 bilhões.
Número de agentes em Porto Alegre despencou nada menos do que 90% ao longo dos últimos 14 anos. De um total de 175, restam apenas 17 para solucionar a ocupação das vias públicas.
Local é alvo costumeiro de vandalismo, sofre com infiltrações e, mais recentemente, serve como ponto de moradia improvisada, consumo e venda de drogas.
Nas últimas três décadas, naufragaram pelo menos cinco iniciativas para revigorar a área às margens do Guaíba. A mais recente aguarda o início das obras há quase seis anos.
Prefeitura reconta famílias para liberar ampliação da pista. Obra esbarrou em divergências sobre sua viabilidade e fez com que o caso fosse submetido à análise do Exército.
Calcula-se que seriam necessários nada menos do que R$ 3 bilhões para implantar a rede de drenagem necessária para livrar a Capital de suas lagoas temporárias.