Ao participar da 6ª edição do projeto Prefeitura nos Bairros, neste sábado, o prefeito Nelson Marchezan enfrentou mais uma manifestação do Sindicato dos Municipários de Porto Alegre (Simpa). O evento ocorreu na Praça Dom Silvério, no bairro Partenon, onde mais de 50 serviços foram oferecidos para a comunidade ao longo do dia.
As atividades começaram às 10h, mas Marchezan chegou por volta das 11h e passou a visitar estandes de serviços. Muito assediado para fazer selfies, demonstrou bom-humor e atendeu aos pedidos. Depois de sair da Escola Dr. José Carlos Ferreira, onde estavam sendo oferecidos serviços como de cartório, o prefeito deparou com o grupo de manifestantes, que pedia "Fora, Marchezan" e o chamava de "mentiroso".
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Marchezan, sempre acompanhado pelo secretário municipal da Cultura, Luciano Alabarse, prosseguiu no roteiro e caminhou entre os manifestantes, que balançavam cartazes e faixas e gritavam "a Carris é nossa, o Dmae é nosso, pague os salários". Em meio ao empurra-empurra, o prefeito parava para ouvir representantes da comunidade e atender a mais pedidos para fazer fotografias.]
Sobre a presença de manifestantes, o chefe do Executivo fez críticas:
– Este é um espaço da prefeitura para entregar serviços públicos. O Simpa está invadindo o espaço, atrapalhando os servidores que estão trabalhando e levando mais intranquilidade para a comunidade, que já convive com índices altos de criminalidade. O Simpa é um dos grandes responsáveis pela prefeitura estar em situação de falência, por essa raiva, essa briga interna, que nunca foi capaz de construir um caminho sustentável para a cidade, e é isso que vamos fazer, com Simpa ou sem Simpa. Convidamos eles para reuniões e para sugerir alternativas e sempre calaram.
O Simpa reagiu.
– O prefeito mente. Dia 31, quando parcelou os salários, pagando todas as contas da prefeitura, sobraria ainda R$ 280 milhões em caixa, a folha não chega a R$ 150 milhões. Ele está parcelando para desafiar a Justiça. Ele não conseguiu provar para o juiz a farsa da ficção da crise do caixa. Se olharmos essa praça, ele não foi capaz de mandar o serviço de poda para dar uma disfarçada. Vir aqui anunciar corte de cabelo como serviço público é uma tragédia para a cidade. Queremos política de educação, saúde e segurança. Não estamos aqui numa pauta corporativa, mas também para defender as condições do serviço público para a população – disse Jonas Reis, diretor-geral do Simpa.
Na praça, crianças e adultos aproveitaram as atividades. Teve jogo de futebol, capoeira, aula de música, teatro, escolinha de bike, serviços de saúde, testagem rápida para HIV, sífilis e hepatites, entre outros. Um dos serviços mais cobiçados foi o Cabide Solidário, tenda onde as pessoas podiam escolher peças de roupas arrecadadas na campanha do agasalho.
– Quando nos aproximamos da realidade, vimos que tem pessoas sem tempo durante a semana para acessar serviços públicos. Trazemos aqui quase todos os serviços da prefeitura e em parceria com outras estruturas. Os bairros escolhidos precisam ter dois critérios, os menores índices de desenvolvimento humano da cidade ou os maiores índices de criminalidade. Se a gente tivesse condições, gostaríamos de fazer essa atividade todos os sábados, pois proporciona interação da estrutura pública com a comunidade – disse o prefeito.
Diversos secretários municipais estiveram presentes no evento e eram chamados para atender reivindicações de moradores. Foi o caso do diretor de Esportes, Celso Piaseski, requisitado pelo prefeito para ouvir a demanda de Cauã da Silva Ullman e de José Cassiano da Rocha Moreira, ambos de 11 anos: "queremos uma escolinha de futebol, mas tem que ser perto".
Por volta das 13h, o prefeito subiu no palco do caminhão da secretaria da Cultura e se dirigiu ao Simpa:
– Não vamos deixar de estar presentes em qualquer comunidade de Porto Alegre para levar serviços básicos. O Simpa, fazendo essa gritaria, instigando o ódio, falando agressões, está aumentando o risco de um incidente. Quero pedir a compreensão do Simpa, que representa o PT e o PSOL, que permita a comunidade receber os serviços, que faça seus protestos em outros locais e não nessa estrutura municipal de trabalho.
Depois de falar, Marchezan participou de um almoço na comunidade.