Entre outras medidas para tentar conter gastos na área de saúde, a prefeitura da Capital estudou restringir o atendimento a moradores de outras cidades nos hospitais e postos de saúde de Porto Alegre. A iniciativa seria em decorrência de sucessivos adiamentos no repasse de verbas por parte do Governo do Estado para hospitais e secretarias municipais de saúde.
Zero Hora chegou a noticiar, com informações de fontes da prefeitura, que a decisão estava tomada. Porém, antes de receber jornalistas em entrevista coletiva sobre o assunto, Fortunati decidiu esperar pelo resultado do mandado de segurança antes de alguma restrição.
Uma das opções discutidas na cúpula do Paço Municipal seria não realizar mais os atendimentos eletivos (cirurgias marcadas ou consultas), mas houve dúvidas sobre a validade jurídica da medida. A opção, caso o mandado de segurança não surta efeito, seria um corte de atendimentos em geral, sem que a triagem seja feita pela origem do paciente.
A prefeitura alega que o governo estadual deve, desde janeiro de 2014, cerca de R$ 60,3 milhões ao setor de saúde de Porto Alegre. O mandado de segurança, no entanto, não é retroativo, mas de que os repasses sejam feitos daqui para a frente.
Os atrasos têm ocorrido por força do corte generalizado de despesas que marca o início de gestão do governo estadual de José Ivo Sartori. Há uma semana, parte dos R$ 130 milhões em débitos que o Governo do Estado admite ter na área de saúde foi saldada: foram repassados R$ 70 milhões a prefeituras e hospitais.
Levantamento feito pela Secretaria Municipal de Saúde mostra que, em algumas especialidades - como Cardiologia e Oncologia -, 61% dos pacientes atendidos em Porto Alegre vêm do Interior. Em Neurologia, 56%. Mas esses gastos são custeados, em grande parte, pelos cofres da prefeitura porto-alegrense, reclamam os gestores municipais.