A Polícia Civil espera concluir até sexta-feira (7), o inquérito que investiga a participação de funcionários em uma clínica de aborto no Bairro Floresta, em Porto Alegre. Segundo o Delegado Wagner Dalcin, testemunhas já apontaram quem é a pessoa que realizava o procedimento do aborto. Trata-se de uma mulher que foi detida durante operação que fechou o estabelecimento na semana passada.
As sete pessoas que foram presas serão indiciadas por formação de quadrilha, de acordo com o delegado.
Investigação
Durante cinco meses, a reportagem da Rádio Gaúcha investigou uma rede de médicos, enfermeiros, agenciadores e seguranças que chegavam a realizar até cinco abortos por dia em uma clínica em Porto Alegre. Na apuração, a reportagem constatou que essas pessoas atuavam dentro de uma organização criminosa, formada por núcleos na Capital gaúcha e também em São Paulo.
Agenciadores encaminhavam pacientes para a clínica, no Bairro Floresta, e também comercializam medicamentos abortivos para vários estados do Brasil. A reportagem entregou as provas para a polícia, que fez a operação na última quarta-feira.
De acordo com a Secretária Estadual da Saúde, apenas neste ano 5.343 mulheres buscaram atendimento médico por complicações decorrentes de abortos espontâneos e ilegais.