Aos 79 anos, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva acumula alguns problemas de saúde com diferentes níveis de gravidade anteriores à hemorragia intracraniana que motivou uma cirurgia de emergência nesta terça-feira (10). O prontuário hospitalar de Lula inclui lesões nas cordas vocais, artrose no quadril e até um câncer de laringe, do qual se curou. Veja a seguir um resumo sobre alguns dos males pelos quais o presidente, atualmente internado no hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, já passou ao longo dos últimos anos.
Câncer na garganta
Em 2011, Lula descobriu um tumor de cerca de três centímetros de diâmetro na laringe. Após o diagnóstico, passou por mais de 30 sessões de quimioterapia e radioterapia que eliminaram o tumor. Depois da última campanha eleitoral à presidência, da qual saiu vitorioso, Lula realizou exames de rotina que confirmaram a remissão completa do tumor.
Lesão na laringe
Em 2022, Lula voltou a sofrer com problemas na região da garganta. Exames identificaram uma leucoplasia (espécie de lesão que pode se originar de processo inflamatório). Com a rouquidão como um dos principais sintomas, além de dor, tosse e pigarro, costuma atingir principalmente fumantes e pessoas que forçam muito a voz. A lesão foi removida por meio de uma cirurgia, e os exames descartaram um novo câncer.
Pré-diabetes
Cerca de uma década atrás, o presidente foi diagnosticado com pré-diabetes. É uma condição clínica caracterizada por níveis altos de glicose no sangue, mas não em patamares suficientes para caracterizar o diabetes tipo 2. É um sinal de alerta que exige mudança de hábitos alimentares e prática de exercícios físicos para evitar a evolução do problema.
Bursite
No começo de 2023, Lula se queixou de dores no joelho provocadas por uma bursite — inflamação que atinge a bursa, uma espécie de bolsa que contém um líquido destinado a amortecer impactos em articulações. Em anos anteriores, o presidente já havia manifestado incômodo com bursite no ombro.
Artrose no quadril
Em setembro do ano passado, uma artrose (desgaste da cartilagem que reveste as articulações) levou o presidente a se submeter a uma operação a fim de colocar uma prótese no quadril. Antes de realizar o procedimento, reclamou das dores constantes provocadas pelo desgaste:
— Eu quero fazer a cirurgia, porque eu não quero ficar com dor. Ninguém consegue trabalhar com dor o dia inteiro.
Pouco mais de um mês depois, foi fotografado chutando uma bola, fazendo esteira e exercícios de musculação.
Broncopneumonia
Em março do ano passado, Lula precisou cancelar de última hora uma viagem programada para a China por orientação médica. Ele precisava de mais tempo para se recuperar de uma broncopneumonia bacteriana e viral pelo vírus Influenza A.
Mesmo com uma boa resposta ao tratamento, os especialistas acharam melhor que o presidente se resguardasse para não agravar o quadro. A doença inflama os bronquíolos, que levam o ar até os alvéolos pulmonares, responsáveis pela troca de oxigênio. Os sintomas incluem tosse, febre e até falta de ar.
Queda no Alvorada
Na tarde de 19 de outubro, um sábado, Lula havia chegado de viagem de São Paulo — o presidente tinha ido para a capital paulista com o intuito de participar de atividades de campanha do então candidato à prefeitura de São Paulo, Guilherme Boulos — quando, no banheiro do Palácio da Alvorada, sentou-se em um banco para cortar as unhas, se desequilibrou quando o assento virou para trás, e caiu, batendo a cabeça com força. Lula foi levado para a unidade do Hospital Sírio Libanês em Brasília. O presidente foi submetido a exames, onde, n ocasião, foi constatado uma pequena hemorragia, o que fez com que ele realizasse exames periódicos para monitorar o quadro. Na ocasião, Lula levou cinco pontos na parte de trás da cabeça.
Hemorragia cerebral
Depois de se queixar de dores de cabeça que exigiram a realização de uma cirurgia de emergência no crânio, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva se recupera bem, se comunica e se alimenta normalmente. De acordo com a equipe médica responsável, Lula não deverá ficar com qualquer sequela após se restabelecer do procedimento realizado para drenar uma hemorragia tardia decorrente da queda sofrida pelo presidente no Palácio da Alvorada no mês de outubro. No dia 11 de dezembro, a equipe médica que acompanha o presidente informou que Lula teria que realizar um novo procedimento cirúrgico para evitar novos sangramentos na região do cérebro. O boletim divulgado na tarde de quarta-feira (11) afirma: "Como parte da programação terapêutica, [o paciente] fará complementação de cirurgia com procedimento endovascular (embolização de artéria meníngea média)".