O presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, deu entrada no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, no domingo (20) e teve alta nesta segunda-feira (21), após passar por uma laringoscopia para retirada de leucoplasia da prega vocal esquerda. De acordo com boletim médico divulgado pela assessoria dele, o procedimento "mostrou ausência de neoplasia", ou seja, não há indícios de tumor.
De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca), são placas ou manchas esbranquiçadas que se apresentam na mucosa da boca. Algumas lesões podem mostrar espessura uniforme e regular, ao passo que outras mostram aspecto mais heterogêneo, incluindo áreas de pequena elevação tecidual e outras regiões espessas que, por vezes, lembram um padrão verrugoso.
Outra característica é a forma como a superfície afetada se apresenta. Ela pode ser lisa ou com graus variáveis de enrugamento. O tamanho das lesões pode variar de alguns milímetros a vários centímetros. Além disso, as leucoplasias são habitualmente assintomáticas e podem ser encontradas em qualquer local da cavidade oral, sendo mais frequentes na língua, na mucosa jugal, na gengiva, no palato mole e no assoalho da boca.
Ainda segundo o Inca, as leucoplasias acometem, em geral, indivíduos adultos acima dos 45 anos, de ambos os sexos. Na maioria das vezes, elas são descobertas por ocasião do exame de rotina da cavidade bucal ou pela própria pessoa ao sentir uma rugosidade ao roçar a língua.
O tratamento dessas lesões vai depender de uma série de fatores. O aspecto clínico, a localização, tamanho e condições gerais de saúde do paciente são alguns deles. Existe a recomendação de acompanhamento clínico para algumas lesões, mas, em geral, a indicação básica é a remoção cirúrgica completa.
A equipe médica do Hospital Sírio-Libanês que acompanha Lula optou por remover a leucoplasia para análise e por prevenção, já que esse tipo de lesão tem 10% de chance de se tornar câncer. De acordo com o médico Luiz Paulo Kowalski, cirurgião de cabeça e pescoço do Hospital Sírio-Libanês que fez parte da equipe que realizou o procedimento, o fato de o presidente já ter tido tumor na laringe em 2011 e ser maior de 65 anos aumentam o risco, por isso a decisão pela remoção.