O acordo de delação premiada do tenente-coronel do Exército Mauro Cid foi mantido pelo Supremo Tribunal Federal (STF). A defesa do militar, que acompanhou o depoimento que ele prestou à Corte na tarde desta quinta-feira, repassou à informação ao colunista de GZH, Matheus Schuch.
O ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro foi ouvido pelo ministro Alexandre de Moraes nesta quinta, após a Polícia Federal apontar possíveis omissões dele em testemunhos no contexto da colaboração. Moraes é o responsável pela homologação da delação premiada do militar.
Procurada, a assessoria do STF divulgou nota confirmando a manutenção do termo de colaboração. "Após três horas de audiência, o ministro Alexandre de Moraes confirmou a validade da colaboração premiada de Mauro Cid. O ministro considerou que o colaborador esclareceu as omissões e contradições apontadas pela Polícia Federal. As informações do colaborador seguem sob apuração das autoridades competentes", diz o comunicado.
De acordo com a Agência Brasil, o depoimento foi enviado por Moraes de volta à polícia para complementação das investigações. O conteúdo não foi divulgado.
A oitiva durou duas horas e 50 minutos, começando às 14h e sendo encerrada às 16h50min. Por volta das 17h15min, Cid deixou as dependências do Supremo.
Na terça-feira, Mauro Cid negou — em depoimento à PF — ter conhecimento do plano golpista para matar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o vice-presidente, Geraldo Alckmin, e Moraes.
De acordo com as investigações da operação Contragolpe, deflagrada no mesmo dia, uma das reuniões da trama golpista foi realizada na casa do general Braga Netto, em Brasília, no dia 12 de novembro de 2022, e teve a participação de Cid.
No ano passado, ele assinou acordo de delação premiada com a PF e se comprometeu a revelar os fatos que tomou conhecimento durante o governo de Bolsonaro, como o caso das vendas de joias sauditas e da fraude nos cartões de vacina do ex-presidente.