A sequência de explosões na Praça dos Três Poderes, que resultou na morte do próprio autor do atentado, Francisco Wanderley Luiz, repercutiram na mídia internacional. Reportagens citaram a proximidade da cúpula do G20, no Rio de Janeiro, que receberá diversos líderes mundiais.
De acordo com o governo do Distrito Federal, Francisco, que também era proprietário do carro carregado de artefatos explosivos encontrado pela Polícia Militar na Praça dos Três Poderes, tentou acessar o STF com bombas. Momentos antes, ele entrou na Câmara dos Deputados, acessando o Anexo 4 e um banheiro da Casa.
O autor da ação frequentemente compartilhava teorias conspiratórias. Em 2020, foi candidato a vereador em Rio do Sul (SC) pelo PL.
No momento do incidente, a sessão do STF já havia acabado e os ministros e servidores foram retirados em segurança. As sessões na Câmara e no Senado que ainda ocorriam foram suspensas. O presidente Lula não estava mais no Planalto.
A Polícia Federal abriu inquérito para apurar as explosões. Há suspeitas de que o atentado tenha motivação política e, por isso, a PF enviará o inquérito ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo, relator dos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023.
Veja a repercussão do atentado fora do país
The New York Times, Estados Unidos
O jornal americano The New York Times informou que "explosões na capital do Brasil deixam pelo menos um morto". Após atualizações, a reportagem afirmou que "muitos brasileiros de direita veem o Supremo Tribunal Federal como uma ameaça à democracia, argumentando que está perseguindo vozes conservadoras".
A proximidade da cúpula do G20, que acontecerá no Rio de Janeiro (RJ) e que reunirá líderes mundiais, incluindo Joe Biden, o presidente dos EUA, também foi destaque na reportagem.
Le Monde, França
O jornal Le Monde afirmou que as explosões na Praça dos Três Poderes "levantam temores de um ataque contra as instituições" e que o autor da ação era apoiador do ex-presidente Jair Bolsonaro. A reportagem também cita a iminência da cúpula do G20 no Brasil.
The Guardian, Reino Unido
O jornal inglês destacou no título a proximidade do atentado à cúpula do G20 no Brasil, afirmando que o caso "levanta preocupações de segurança antes da reunião de líderes globais".
El País, Espanha
A reportagem do jornal espanhol diz que as "duas explosões com um morto" colocaram o "coração político do Brasil em alerta máximo" e destaca que a Polícia Federal qualifica o incidente como "autoextermínio".
Além de abordar a proximidade da cúpula do G20, a reportagem também relembrou o ataque de 8 de janeiro de 2023:
"Imagens da Praça dos Três Poderes rodaram o mundo quando uma multidão de seguidores do ex-presidente Bolsonaro invadiu à força as sedes do Poder Executivo, Legislativo e Judiciário. Mais de 200 extremistas que participaram do ataque foram julgados e condenados a longas penas por tentativa de golpe de Estado, entre outros crimes", noticiou.
La Nación, Argentina
O veículo argentino destacou a "forte operação" após as explosões na Praça dos Três Poderes que deixaram um morto. Os ataques do 8 de Janeiro e a proximidade do incidente com o G20 também foram destacados pelo texto.
Al Jazeera, Catar e Oriente Médio
A rede Al Jazeera, do Catar, noticiou que uma pessoa morreu após duas explosões perto o STF. A reportagem também destacou que o incidente aconteceu dias antes da conferência internacional G20 e, em seguida, relembra que "a Praça dos Três Poderes também foi alvo de violência política em anos recentes", mencionando os ataques do 8 de Janeiro.
"O próprio Supremo Tribunal Federal tem sido alvo de reações desde que abriu uma investigação sobre Bolsonaro e seus aliados por seu papel no motim de 2023", completou.
Deutsche Welle, Alemanha
O jornal alemão noticiou as explosões do lado de fora do Supremo Tribunal Federal e que "um homem se matou com uma bomba" após tentar entrar no prédio. A reportagem ainda afirma que o "Supremo Tribunal Federal se tornou alvo de ameaças de grupos de extrema direita e apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro devido aos seus esforços para coibir a disseminação de desinformação."