Correção: Valdemar Costa Neto foi preso por posse ilegal de arma de fogo, e não por porte ilegal, como informado entre 11h16min e 18h51min de 8 de fevereiro de 2024. O texto foi corrigido.
A operação da Polícia Federal deflagrada na manhã desta quinta-feira (8) levou à prisão em flagrante do presidente do Partido Liberal (PL) Valdemar Costa Neto, por posse ilegal de arma de fogo. Ele foi alvo de mandado de busca e apreensão na ação que investiga a tentativa de golpe de Estado e abolição do Estado democrático de direito, quando foi flagrado com uma arma com registro irregular. As informações são do jornal O Globo.
De acordo com dados preliminares divulgados pelo g1, a arma encontrada no endereço estava com a documentação vencida e registrada no nome do filho do político. Por volta das 11h10min, o político estava na sede da Polícia Federal para as formalidades do flagrante.
Ainda conforme O Globo, na casa de Costa Neto também foi apreendida uma pepita de ouro bruta que será encaminhada ao Instituto Nacional de Criminalística (INC) da PF para ser periciada.
O procurador-geral da República, Paulo Gonet, informou em manifestação a favor das medidas solicitadas pela PF, haver indícios da participação de Valdemar na "sistema delituosa que se apura". "Verificou-se que investigados se teriam valido da estrutura da residência do Comitê de Campanha da agremiação política presidida pelo Sr. Costa Neto, para realizar ajustes na minuta de ato de cunho golpista, que seria apresentada no dia seguinte, 7.12.2022", aponta documento da PGR.
A Operação Tempus Veritatis investiga organização criminosa que teria atuado na tentativa de golpe de Estado e abolição do Estado democrático de direito, para obter vantagem de natureza política com a manutenção do então presidente da República no poder.
São cumpridos nesta manhã 33 mandados de busca e apreensão, quatro mandados de prisão preventiva e 48 medidas cautelares contra o ex-presidente Jair Bolsonaro e aliados como o ex-ministro da Defesa e da Casa CiviL Walter Braga Netto, o ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) Augusto Heleno, o ex-ministro da Defesa Paulo Sérgio Nogueira e o ex-ministro da Justiça Anderson Torres, entre outros.
As medidas judiciais foram expedidas pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Entre elas, o ministro Alexandre de Moraes determinou que o Jair Bolsonaro entregasse seu passaporte em um prazo de 24 horas. Por meio da rede social X, o advogado do ex-presidente confirmou que ele cumprirá a determinação.
Outras prisões
Durante a operação, foram cumpridos mandados de prisão preventiva contra Filipe Martins, ex-assessor especial de Bolsonaro; Marcelo Câmara, coronel do Exército citado em investigações como a dos presentes oficiais vendidos pela gestão Bolsonaro e a das supostas fraudes nos cartões de vacina da família do ex-presidente; Romão Correa Neto, coronel do Exército, e Rafael Martins de Oliveira, major das Forças Especiais do Exército.
Foram presos durante o cumprimento dos mandados Filipe Martins, Marcelo Câmara e Rafael Martins.
O coronel Romão Corrêa Netto não foi detido porque está nos Estados Unidos. O mandado de prisão será enviado ao Exército para que notifique o militar.