O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, foi um dos convidados desta quinta-feira (8) do programa Gaúcha Atualidade, transmitido direto do Mercado Público de Porto Alegre, no Centro Histórico, em edição especial comemorativa aos 97 anos da Rádio Gaúcha. Durante o programa, Leite comentou sua participação em reunião com outros governadores e com a ministra da Saúde, Nísia Trindade, na véspera, que tratou a situação da dengue no país, e também falou sobre os decretos com corte de benefícios fiscais, que entrarão em vigor em abril.
Sobre o encontro de quarta-feira (7) com a chefe da pasta da Saúde, o governador disse ter enfatizado a importância de garantir que o Rio Grande do Sul seja incluído na lista de Estados a serem atendidos com a vacina contra a dengue.
— Estamos pressionando para que o Rio Grande do Sul entre nessa rota (das vacinas contra a dengue) — afirmou o governador na edição
O chefe do Executivo gaúcho destacou que mais de 90% das cidades gaúchas estão infectadas.
— São 466 municípios que têm casos até agora. Dos 497 municípios, 483 já nos passaram os planos de contingência — disse.
Atualmente, há uma vacina certificada da farmacêutica Takeda, a Qdenga. Outros imunizantes também estão em desenvolvimento, incluindo uma vacina produzida pelo Instituto Butantan, que está em fase de testes.
— Desde o ano passado, nós somos o primeiro Estado do Brasil a fazer a aplicação de estratégias inovadoras que são recomendadas pela Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), se chama borrifação residual intradomiciliar — explicou o governador, acrescentando que o teste com a borrifação foi feito em três municípios e que o Estado está expandido para 119 cidades.
Segundo Leite, "o Brasil está adotando essa estratégia como forma de eliminar mais precisamente focos".
Ainda sobre vacinação, o governador foi questionado pela jornalista Rosane de Oliveira se o estado do Rio Grande do Sul vai exigir a carteirinha de vacinação em dia para a matrícula na rede pública estadual.
— Nós seguimos a recomendação do Ministério da Saúde. Até aqui não há nenhuma razão para que nós deixemos de seguir a recomendação do ministério — respondeu Leite.
Corte de incentivos fiscais
Ainda durante a entrevista à Rádio Gaúcha, o governador abordou os decretos com corte de benefícios fiscais, que entrarão em vigor em abril. Leite enfatizou que seu governo tem trabalhado na redução de despesas, citando como exemplos a redução do déficit previdenciário "a partir de uma reforma profunda", as privatizações que, de acordo com ele, "são necessárias para que o estado pudesse reduzir gastos e aumentar receitas", e a redução de impostos.
— Nós vamos reforçar o diálogo (com a população) nessas próximas semanas, antes de entrar os decretos em vigor — explicou o governador.
Leite alertou sobre desafios financeiros iminentes, como precatórios e dívidas do Estado com a União, que pressionarão o orçamento estadual:
— Novas velhas contas vão pressionar o nosso orçamento. Os cortes possíveis de serem feitos não suportam a entrada dessas despesas e os cortes todos que passarem a ser feitos a partir daqui sempre geram algum tipo de dificuldade.
O governador também comentou sobre o leilão do Cais Mauá, explicando que o governo buscou condições favoráveis que exijam o mínimo de desembolso público para as obras de revitalização.