A sabatina da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado a Cristiano Zanin, indicado por Luiz Inácio Lula da Silva e advogado do presidente nos processos da Lava-Jato, reeditou os embates entre ele e o ex-juiz responsável pela operação, Sergio Moro.
Hoje senador, Moro (União Brasil-PR) participou da sabatina e fez perguntas ao indicado. Antes, Zanin já havia mencionado embates antigos, mas sem citar o ex-juiz.
O senador abriu sua fala dizendo que faria perguntas a qualquer que fosse o indicado, qualquer que fosse o presidente (assista íntegra acima). Disse que ambos foram profissionais na Lava-Jato, quando Moro condenou Lula à prisão.
— Não existe nenhuma questão pessoal envolvida — alegou Moro.
— Não vim ao Senado para discutir operação Lava-Jato, mas para indagá-lo se Vossa Excelência se afastaria de casos envolvendo Lava-Jato no Supremo — afirmou Moro.
Moro queria saber se Zanin atuará no STF em processos ligado à operação Lava-Jato. O advogado disse que irá analisar caso a caso e não irá se declarar impedido de julgar processos só por conterem a "etiqueta" de Lava-Jato.
— Quase tudo que funcionava em varas criminais muitas vezes recebia a etiqueta de Lava-Jato. Uma vez identificada uma hipótese de impedimento ou suspeição, não terei o menor problema de declarar — afirmou Zanin.
— Nos processos em que atuei como advogado, se aprovado for pelo Senado, não poderei vir a julgar este processo ou causa, se estiver no STF — afirmou Zanin.
Zanin disse que vai atuar com imparcialidade na Corte máxima, algo que "sempre buscou" em sua carreira. Moro, enquanto juiz da Lava-Jato, foi declarado suspeito para julgar os processos contra Lula, o que motivou a anulação das ações contra o petista.