Em sabatina na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, o indicado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao Supremo Tribunal Federal (STF), Cristiano Zanin, disse que sabe a "distinção entre papel de advogado e ministro" do STF. Ele foi advogado de Lula na Lava-Jato e sua indicação foi criticada por suposta imparcialidade.
— Não vou mudar de lado, pois meu lado sempre foi o mesmo: a Constituição — afirmou.
— Para mim só existe um lado, o outro é barbárie, abuso de poder — acrescentou.
Zanin também disse se sentir "seguro" e com "experiência necessária" para julgar temas relevantes e com impacto à sociedade.
Em aceno à oposição, o advogado disse que a "diversidade de pensamento é o que nos une" e que, em reuniões com lideranças, bancadas e senadores, teve "certeza que posições democráticas estão acima de qualquer interesse".
Cristiano Zanin usou a primeira parte de sua sabatina na Comissão de Constituição e Justiça para promover sua atuação no direito empresarial. Ele também se colocou como um crítico da violação de direitos, e citou sua defesa de Lula nos processos da Lava-Jato.
— Embora tenha uma carreira marcada basicamente no direito empresarial, fui coautor do habeas corpus que resultou na anulação das condenações do hoje presidente Luiz Inácio Lula da Silva e também de defesas técnicas que foram apreciadas nos mais diversos tribunais do País — disse o advogado, em declaração antes de os senadores começarem a fazer perguntas.