Quase um ano após ser afastado do cargo por suspeita de corrupção, Jairo Jorge retornou à prefeitura de Canoas nesta terça-feira (28). Ele é investigado na Operação Copa Livre, que analisa possíveis irregularidades na contratação de serviços terceirizados de limpeza e copeiragem pela administração canoense.
A operação foi deflagrada pelo Ministério Público (MP) Estadual e o caso corria na Justiça do Rio Grande do Sul. No início de março, porém, a 4ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça (TJ) do RS decidiu que, como as supostas irregularidades envolvem desvio de recursos federais, o processo devia ser remetido à Justiça federal.
A defesa de Jairo Jorge havia feito este pedido, de federalização do caso, e alegou que, com isso, as medidas cautelares, como o afastamento do investigado do cargo, perderiam validade, por terem sido "produzidas por autoridade incompetente". O MP recorreu da federalização.
O último prazo do afastamento provisório se encerrou na segunda-feira (27). Como não houve nova determinação neste sentido pela Justiça, foi possível o retorno do político ao cargo.
— Vou prestar todos os esclarecimentos, mostrar que eu sou inocente, sempre acreditando na Justiça — disse Jairo Jorge, na volta à prefeitura.
Houve um ato ecumênico na chegada de Jairo Jorge à prefeitura e lavagem das escadarias.
— Permaneço à disposição do Judiciário. Tenho muito respeito pelo Ministério Público. Eles procuraram cumprir o papel deles. Eu procurei cumprir o meu — acrescentou.
Procurada, a assessoria do Ministério Público do Estado afirmou que o MP interpôs embargos de declaração contra a decisão de declinar para Justiça Federal a competência jurídica sobre o caso e que, enquanto isso, o MP não vai se manifestar sobre o assunto.