O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva dispensou um grupo de 43 militares que tinha como função cuidar tanto do Palácio da Alvorada como de outras residências oficiais da Presidência, incluindo a Granja do Torto. Os atos de exoneração foram publicados no Diário Oficial da União desta terça-feira (17).
A mais alta patente dispensada da função foi o coronel da Polícia Militar do Distrito Federal Marcelo de Oliveira Ramos. A lista tem ainda militares da Marinha, do Exército e da Aeronáutica.
Na semana passada, Lula admitiu que perdeu a confiança em parte dos militares. Por conta disso, continuava sem ajudante de ordem, função tradicionalmente ocupada por oficiais de uma das Forças Armadas.
— Eu perdi a confiança, simplesmente. Na hora que eu recuperar a confiança, eu volto à normalidade — admitiu Lula à reportagem, quando questionado sobre se sentir ameaçado.
O presidente disse também, durante um café da manhã com jornalistas, que entregaria o cargo aos seguranças que já trabalham com ele desde 2010, entre eles militares aposentados, como o capitão Valmir Moraes.
Durante a campanha eleitoral, Lula teve a proteção pessoal realizada por agentes e delegados da Polícia Federal (PF). Depois que foi eleito, preferiu manter a PF executando a função.
Tradicionalmente, o Gabinete de Segurança Institucional (GSI) cuida da segurança do presidente e do vice-presidente da República, além de seus familiares. Até momento, no entanto, a proteção ainda estaria sob a responsabilidade de policiais federais.
No café da manhã com jornalistas na semana passada, Lula mandou ainda recados às Forças Armadas. O chefe do Executivo declarou que elas não têm o "poder moderador que pensam que têm".