O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) decidiu, por unanimidade, manter a ação do PDT que apura suposto abuso de poder por parte do presidente Jair Bolsonaro (PL) ao realizar encontro embaixadores estrangeiros no Palácio da Alvorada para promover ataques sem provas ao sistema eleitoral e a ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e TSE.
Os ministros confirmaram decisão do corregedor eleitoral, ministro Benedito Gonçalves, que negou duas preliminares propostas pela chapa de Bolsonaro que visavam extinguir o processo antes mesmo da análise do mérito da questão. Uma delas alegava que o TSE não tem competência para julgar a ação porque a reunião não teria, segundo a defesa, caráter eleitoral. A outra pedia que a TV Brasil entrasse como polo passivo no processo.
A reunião com embaixadores, realizada em 18 de julho, foi transmitida pela TV Brasil e redes sociais. Em 30 de agosto, o TSE determinou a exclusão das postagens.
Além dos representantes dos países, presidentes de tribunais superiores foram convidados, mas não compareceram. Somente o ministro general de Exército Lúcio Mário de Barros Góes, do Superior Tribunal Militar (STM), esteve presente. O TSE e STF estiveram entre as cortes que rejeitaram antecipadamente presença no encontro.
No encontro, Bolsonaro retomou a sua própria eleição e um inquérito da Polícia Federal, aberto após o segundo turno em 2018. Segundo ele, houve manipulação nos resultados, o que foi rebatido por autoridades do Judiciário. O presidente mostrou denúncia feita por um suposto hacker que teria obtido acesso a código fonte e senhas de autoridades do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A corte eleitoral já havia se manifestado sobre o caso atestando que a investigação não concluiu por fraude nas eleições de 2018.