O vice-presidente da República, Hamilton Mourão, falou nesta quarta-feira (14) ao programa Timeline, da Rádio Gaúcha. Ele condenou atos da vandalismo ocorridos em Brasília, na segunda-feira (12), e disse que é preciso identificar os responsáveis, além de fazer valer "o peso da lei".
Mourão, que foi eleito senador pelo Rio Grande do Sul, também se posicionou sobre grupos que se recusam a aceitar o resultado da eleição, em que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) saiu vencedor frente ao atual presidente, Jair Bolsonaro.
Para ele, não há hipótese de não se cumprir aquilo que já foi proclamado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
— Na derrota, a gente tem que ser altivo. Nós perdemos a eleição. As pessoas que venceram a eleição agora têm o grande trabalho de governar. (...) Quem tem que subir a rampa vai subir, e nós que temos que descer, vamos descer. Segue o baile — declarou.
A frase sobre a rampa tem um peso importante, diante das manifestações de grupos (de apoiadores e não do presidente, registre-se) sobre não aceitar o resultado do pleito. Contudo, o uso das palavras "subir" e "descer" a rampa é simbólico, já que ainda não se sabe se Bolsonaro participará da cerimônia de posse, no dia 1º de janeiro, e se passará a faixa para o adversário eleito. Ao que tudo indica, Bolsonaro não deverá fazê-lo.
À Rádio Gaúcha, Mourão afirmou que, se em algum momento Bolsonaro decidir passar a faixa, aí sim, ele estará, junto com a esposa, ao lado do chefe do Executivo e da primeira-dama, Michelle. Caso esta não seja a vontade do presidente, "paciência".
Sobre o abatimento de Bolsonaro, que tem feito pouquíssimas aparições públicas, nem mesmo nas tradicionais lives que conduziu ao longo do mandato, Mourão disse compreender o sentimento de tristeza.
— Óbvio que o presidente está triste e chateado. Talvez se a derrota tivesse sido acachapante, com uma grande diferença, fosse diferente. Talvez ele estivesse menos entristecido. Como foi por um placar bem reduzido, isso pode ter aumentado o sentimento dele. Isso é minha hipótese. Mas é difícil você calçar o sapato de outra pessoa (sobre sentir a dor do outro), entender o sofrimento interno. O que eu tenho procurado, como vice-presidente, é ser, mesmo diante da derrota, desafiador e altivo — completou.