O juiz Renato Borelli, da 15ª Vara Federal Criminal do Distrito Federal, recebeu "centenas de ameaças" de apoiadores do ex-ministro da Educação Milton Ribeiro, contra quem o magistrado expediu ordem de prisão preventiva na investigação sobre o gabinete paralelo"instalado no MEC com favorecimento de pastores na distribuição de verbas. Segundo a Justiça Federal do DF, pedidos de investigação já foram encaminhados para a Polícia Federal. O órgão não detalhou de que modo se deram as ameaças.
A PF executou o mandado de prisão preventiva contra Ribeiro nessa quarta-feira (22) no âmbito da Operação Acesso Pago. Dentro da mesma ofensiva, Borelli também decretou a prisão dos pastores Gilmar Santos e Arilton Moura.
Desde a prisão do ex-ministro, bolsonaristas recuperam uma decisão do juiz, proferida em junho de 2020, para tentar minimizar a ação tomada sobre Ribeiro. Na ocasião, Borelli determinou que Bolsonaro fosse obrigado a usar máscara nos espaços públicos de Brasília - decisão que acabou derrubada pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região dois dias depois.
Postagens em redes sociais insinuam que o juiz teria alguma motivação ideológica para perseguir o chefe do Executivo, mas o histórico de decisões de Borelli não atesta essa tese. O magistrado tem em sua carreira uma lista de despachos contrários a políticos de diferentes partidos, como PT e MDB.
O nome do juiz foi compartilhado pelos perfis do deputado Eduardo Bolsonaro (União Brasil-SP) e do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), e o ex-secretário de incentivo à Cultura André Porciuncula classificou o caso como "ativismo judicial". "Sim, o juiz que sentenciou o presidente a usar máscara é o mesmo que mandou prender o ex-ministro Milton", publicou Eduardo Bolsonaro.