A Polícia Federal instaurou inquérito nesta sexta-feira (25) para apurar se houve favorecimento ilegal em repasses de verbas do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), do Ministério da Educação (MEC). O inquérito foi aberto a pedido da Controladoria-Geral da União (CGU), que enviou ao órgão na quinta-feira (24) o resultado de uma sindicância interna que apontou supostas fraudes.
Na segunda-feira (21), o jornal Folha de S.Paulo divulgou áudio em que Milton Ribeiro afirma repassar verbas para municípios indicados por dois pastores, Gilmar Santos e Arilton Moura, a pedido do presidente Jair Bolsonaro. Na esteira da revelação, prefeitos fizeram denúncias sobre propinas que os pastores pediam para facilitar a liberação das verbas.
O ministro da Educação negou que haja favorecimento e informou na quarta-feira (23) que acionou o ministro da CGU, Wagner Rosário, em agosto de 2021, após ter recebido relatos de pedidos de propina. Ribeiro teria pedido que a denúncia anônima fosse investigada.
De acordo com o G1, a CGU informou que recebeu duas denúncias do MEC em agosto, "uma anônima que tratava de possíveis irregularidades que estariam ocorrendo em eventos realizados pelo MEC e outra sobre oferecimento de vantagem indevida, por parte de terceiros, para liberação de verbas no âmbito do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação". O órgão ressaltou que em setembro, por determinação de Rosário, foi constituída uma comissão formada por três servidores da CGU para apurar os fatos narrados.
De acordo com a controladoria, um dos relatórios foi concluído e analisado pelo ministro Rosário na quinta-feira, e os documentos foram enviados à Polícia Federal. Este é o primeiro inquérito a tramitar oficialmente na PF. Outro inquérito, autorizado pela ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal (STF), a pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR), também deve ser aberto pela PF nos próximos dias.