O presidente Jair Bolsonaro defendeu o ministro da Educação, Milton Ribeiro, na noite desta quinta-feira (24), durante sua live semanal nas redes sociais. O ministro teria permitido o aparelhamento religioso da estrutura do MEC com a criação de um gabinete paralelo operado por pastores evangélicos, conforme revelou a série de reportagens do Estadão e da Folha de S.Paulo.
— Coisa rara eu falar aqui: eu boto minha cara toda no fogo pelo Milton. Estão fazendo uma covardia com ele. (...) Se ele estivesse armando, não teria botado na agenda oficial aberta ao público. É muito simples: quando o cara quer armar, ele vai pelado na piscina, num fim de mundo, na beira da praia. Ele não bota o nome do corruptor na agenda — acrescentou Bolsonaro durante a transmissão.
Mais cedo, a ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribuanl Federal (STF), atendeu a um pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR) e autorizou a abertura de um inquérito para investigar suspeitas de que o ministro estaria favorecendo solicitações de pastores para liberar recursos da pasta para prefeituras de aliados, a pedido do presidente Jair Bolsonaro.
De acordo com a procuradoria, o inquérito vai apurar "se pessoas sem vínculo com o Ministério da Educação atuavam para a liberação de recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), vinculado à pasta".
Além disso, magistrada solicitou um pedido de investigação contra Bolsonaro dentro do mesmo caso, o que não foi solicitado no pedido de abertura de inquérito da PGR .
A magistrada destacou que, diante da gravidade dos fatos, é imprescindível a investigação de todos os envolvidos. O procedimento é de praxe na Corte e está previsto nas regras internas.
Em nota divulgada à imprensa, o ministro da Educação negou que haja favorecimento. Segundo ele, a alocação de recursos federais segue a legislação orçamentária.