Pela primeira vez em 89 anos, a Ordem dos Advogados do Brasil do Rio Grande do Sul (OAB-RS) escolheu as diretorias da seccional por meio de votação online. No pleito, que ocorreu nesta segunda-feira (22), a Chapa 1 - OAB Mais, liderada por Leonardo Lamachia, saiu vencedora com 67% dos votos válidos. Ao todo, foram computados 48.198 votos — a eleição foi maior já registrada.
Candidato da situação, Lamachia foi eleito para a gestão 2022/2024 com 29.502 votos — ele substituirá o atual presidente Ricardo Breier. A oposição, a Chapa 2 - Somos Tod@s OAB - Muda OAB/RS, encabeçada por Paulo Torelly, recebeu 14.093 votos. Os votos em branco somaram 2.645, e os nulos, 1.958.
Os advogados também elegeram as diretorias da Caixa de Assistência dos Advogados (CAA-RS) e das 106 subseções de todo o Estado em formato híbrido. Em Porto Alegre, a votação presencial aconteceu na OAB Cubo, em frente ao Foro Central.
Vice-presidente do Instituto dos Advogados do RS e conselheiro estadual da OAB/RS, Leonardo Lamachia é irmão de Claudio Lamachia, que comandou a OAB/RS há 10 anos e foi o primeiro advogado gaúcho com inscrição no RS a presidir a OAB Nacional (triênio 2015-2018). Claudio também é neto de Paulo Pacheco Prates, que foi secretário-geral da Ordem gaúcha de 1979 a 1981, na gestão do presidente Justino Vasconcellos.
Compõem a chapa eleita Neusa Rolim Bastos (vice-presidente), Gustavo Junchem (secretário-geral), Karina Contiero (secretária-geral adjunta) e Jorge Luiz Dias Fara (tesoureiro).
"Eleição inclusiva e transparente"
Lamachia destacou que a eleição desta segunda-feira foi inclusiva e transparente. Ele ressalta a responsabilidade que o elevado índice de aprovação recebido representa, tendo em vista o legado deixado por seu irmão, Claudio Lamachia.
— Esta votação dá maior legitimidade ao nosso trabalho, mas também traz mais responsabilidade para os próximos anos.
Ele ressalta que o seu principal compromisso no mandato será a retomada das audiências presenciais, além de apoiar os advogados que enfrentaram dificuldades durante a pandemia de coronavírus e passam por um período de recuperação. O advogado também “lamenta” a postura da chapa de oposição, que ingressou na Justiça Federal para adiar as eleições 2021.
— Não é mais possível que os julgamentos e audiências sejam realizados obrigatoriamente de forma online. Entendemos que as votações devem ocorrer dentro do Foro, com a possibilidade de realização remota, mas nunca uma imposição. Quero ajudar na recuperação dos colegas advogados que foram duramente atingidos durante a pandemia. Eu lamento a postura da outra chapa de colocar em xeque um pleito tão transparente e, por isso, receberam a resposta que mereciam.