A CPI da Covid vota nesta terça-feira (26) o relatório final dos trabalhos, documento que traz um resumo dos seis meses de atuação da comissão do Senado. Elaborado pelo relator do colegiado, senador Renan Calheiros (MDB-AL), o documento teve modificações em relação ao que foi lido na semana passada.
Nesta manhã, Renan protocolou uma nova versão do relatório (veja abaixo). Depois, logo após a abertura da sessão, o governador do Amazonas, Wilson Lima (PSC), e o secretário de Saúde do Estado, Marcellus Campelo, também foram incluídos na listagem. Durante a sessão, também foi incluído o senador Luis Carlos Heinzes (PP-RS).
Agora, a CPI pede o indiciamento do presidente da República, Jair Bolsonaro, e de outras 78 pessoas e duas empresas — 13 nomes foram incluídos em relação à lista apresentada no dia 20.
Além do governador e do secretário amazonense, foram citadas agora pessoas ligadas ao Ministério da Saúde durante a negociação para compra da vacina indiana Covaxin, alvo da comissão por suspeita de irregularidades, como Marcelo Bento Pires, ex-assessor da pasta, e Regina Célia Oliveira, fiscal de contrato.
Ainda ligado ao ministério, foi incluído na lista de indiciados Hélio Angotti Neto, atual secretário de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos em Saúde, por "contestar o uso de máscaras e defender o uso de medicamentos sem eficácia comprovada".
Os 13 nomes incluídos são os seguintes
- Heitor Freire de Abreu, ex-coordenador do Centro de Coordenação de Operações do Ministério da Saúde
- Marcelo Bento Pires, assessor do Ministério da Saúde
- Alex Lial Marinho, ex-coordenador de Logística do Ministério da Saúde
- Thiago Fernandes da Costa, assessor técnico do Ministério da Saúde
- Hélcio Bruno de Almeida, presidente do Instituto Força Brasil
- Regina Célia Oliveira, fiscal de contratos do Ministério da Saúde
- Amilton Gomes de Paula, reverendo presidente da Secretaria Nacional de Assuntos Humanitários (Senah)
- José Alves Filho, sócio da Vitamedic Indústria Farmacêutica Ltda.
- Hélio Angotti Netto, secretário de Ciência, Tecnologia, Inovação e Insumos Estratégicos em Saúde, do Ministério da Saúde
- Antônio Jordão, presidente da Associação Médicos pela Vida
- Wilson Lima, governador do Amazonas
- Marcellus Campelo, secretário de Saúde do Amazonas
- Luis Carlos Heinze, senador
Crimes imputados a Bolsonaro
O parecer final da CPI propôs o indiciamento de Bolsonaro por nove crimes. Ao todo, somando as penas máximas para os crimes previstos no Código Penal Brasileiro imputados ao presidente, a punição pode chegar a 38 anos e nove meses de prisão.
A votação desta terça-feira
Apenas os membros titulares da CPI da Covid estão aptos a votar: são 10 senadores, mais o presidente, que tem o "voto de minerva". A votação será nominal. São necessários sete votos para que o relatório seja aprovado.
Na sessão desta terça, também haverá a leitura de relatórios extras. Porém, apesar dos chamados "votos em separado", a CPI da Covid só analisará o relatório produzido por Renan.
Também deve ser votado um requerimento de Alessandro Vieira, que pediu que a CPI envie ao Supremo Tribunal Federal (STF) um pedido de investigação sobre uma notícia falsa veiculada por Bolsonaro em live na última quinta-feira (21), quando o presidente ligou a imunização contra a covid-19 à contaminação pelo vírus da aids.