A CPI da Covid aprovou a quebra do sigilo telemático do presidente Jair Bolsonaro nas redes sociais pela live em que o chefe do Planalto relacionou a vacina contra a covid-19 à aids. O requerimento foi aprovado no início da reunião da comissão nesta terça-feira (26), data marcada para a votação do parecer final dos trabalhos.
No requerimento, a CPI determina às empresas Google, Facebook e Twitter o envio de dados sigilosos de Bolsonaro nas redes — relativos a abril de 2020 até o momento — ao Supremo Tribunal Federal (STF) e à Procuradoria-Geral da República (PGR). Outro requerimento aprovado pede uma investigação pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF, relator do inquérito das fake news.
A declaração de Bolsonaro — rechaçada por infectologistas — levou Facebook, Instagram e YouTube a retirarem do ar o vídeo da transmissão e foi incluída no parecer da CPI. A comissão decidiu ainda acionar a advocacia do Senado para protocolar uma representação contra o presidente no Supremo e na PGR pedindo retratação e a suspensão das contas do chefe do Executivo nas redes.
"Serial killer"
O relator da CPI da Covid, Renan Calheiros (MDB-AL), decidiu pedir a responsabilização do presidente pela declaração durante a live.
"Tal episódio reforça a decisão do Presidente da República de continuar propagando informações falsas, em sua campanha antivacina deletéria para a população brasileira", escreveu Renan.
O pedido do relator é que sejam adotadas ações para afastar Bolsonaro de todas as redes sociais, "para a proteção da população brasileira". Em entrevista a jornalistas, o relator chamou Bolsonaro de "serial killer que tem compulsão de morte" em função da postura do presidente durante a pandemia.