O relator da CPI da Covid, Renan Calheiros (MDB-AL), falou sobre a reta final dos trabalhos da comissão, que se encerram na próxima semana. Ao programa Gaúcha Atualidade, da Rádio Gaúcha, nesta quinta-feira (14), o senador disse que o relatório final terá mais de 40 nomes, incluindo o atual ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, o ex-chefe da pasta Eduardo Pazuello e membros dos chamados "gabinete do ódio" e do "gabinete paralelo".
Calheiros também voltou a dizer que vai pedir o indiciamento do presidente Jair Bolsonaro:
— Muitas das 600 mil mortes (por covid-19) eram evitáveis. O presidente deixou de cumprir seu dever, se omitiu, então ele deve ser responsabilizado por este morticínio. A CPI foi criada para que possamos investigar essa coisas — disse.
Questionado se a CPI iria de fato penalizar os investigados, o senador afirmou que o relatório será enviado ao Ministério Público Federal, para investigar ministros e o presidente, e aos Ministérios Públicos estaduais, como no caso da Prevent Senior, que deverá ser julgado em São Paulo.
— Essa CPI é a mais importante das comissões parlamentares de inquérito, não só por sua existência, mas pelos resultados alcançados muito rapidamente. Muitas das outras acabaram em pizza, pois os resultados não andaram — opinou.
Na próxima segunda-feira (18), a CPI deve ouvir o médico Carlos Carvalho, que coordenou um estudo contra o uso do chamado "kit covid", defendido pelo governo federal. O relatório de Calheiros deve ser entregue no dia seguinte e, na quarta-feira (20), será votado.
Prevent Senior
Na entrevista, Renan Calheiros disse ainda que o episódio envolvendo a Prevent Senior na CPI da Covid foi um dos que mais o chocou. A operadora é acusada de usar o chamado "tratamento precoce" em pacientes e a alterar atestados de óbitos daqueles que faleceram por covid-19, omitindo a doença.
— Vamos apontar todos os fatos aos quais tivemos acesso em função dos documentos requisitados, e em função das denúncias dos médicos que se recusaram de participar daquele experimento macabro — afirmou.
— Aqueles testes com humanos, com idosos, sem consentimento de suas famílias, transformados verdadeiramente em cobaias, para atender a um propósito megalomaníaco: o Brasil queria, antes de qualquer outro país, produzir, à base de cloroquina e ivermectina, um tratamento precoce para impactar a história da Medicina no mundo. E esse trabalho tinha o patrocínio do presidente da República — concluiu.