Lideranças de caminhoneiros autônomos que estão em Brasília desde os atos de 7 de setembro se reuniram com o presidente Jair Bolsonaro nesta quinta-feira (9) no Palácio do Planalto. Após o encontro, representantes da categoria afirmaram que o objetivo do grupo é entregar um documento com pautas de reinvindicações ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco. Até que isso aconteça, prometeram seguir mobilizados em todo o país.
— A gente estabeleceu uma pauta de entrega de um documento ao senador Rodrigo Pacheco e, até o momento, não tivemos êxito. Permanecemos no aguardo para sermos recebidos pelo mesmo. Talvez surjam algumas questões, como "quanto tempo vai durar?". Nós estamos aguardando sermos recebidos pelo senador Rodrigo Pacheco. Até que isso seja realizado, nós estamos mobilizados em todo o Brasil — disse Francisco Dalmora Burgardt, mais conhecido como Chicão Caminhoneiro, sem citar as reinvindicações que devem ser levadas ao Senado.
Francisco afirmou que Bolsonaro não pediu nada ao grupo, o que contradiz a fala do próprio presidente na noite de quarta-feira (8). Em um áudio disparado em grupos de mensagens, o presidente solicitou que os caminhoneiros liberassem as rodovias – o último boletim do Ministério da Infraestrutura, divulgado às 17h, apontava que havia bloqueios intermitentes em estradas federais, e a mobilização permanecia em 15 Estados.
— O presidente não nos pediu nada. Estamos em uma visita de cortesia. Viemos ao Senado e não fomos recebidos. Aproveitamos que estamos aqui e nos encontramos com o presidente — explicou Francisco.
Os caminhoneiros afirmaram que suas reinvindicações estão voltadas ao Supremo Tribunal Federal (STF) e negaram que estejam protestando contra o preço dos combustíveis, que estão em constante alta no país e foram um dos focos da última grande manifestação da categoria, em 2018.
— A nossa pauta nunca foi com o presidente. Nossa pauta sempre foi com o STF via Senado. A insatisfação do povo brasileiro com o Judiciário — afirmou o caminhoneiro Cleomar José Immich.
O grupo estava acompanhado dos deputados Carla Zambelli, Major Vitor Hugo e Bibo Nunes, do PSL, que também participaram da reunião.
— O presidente externou para eles a preocupação com os mais vulneráveis nessa questão da paralisação e foi ouvido por eles — disse a deputada, sem citar se Bolsonaro mudou de ideia sobre os protestos.
Os parlamentares também afirmaram que vão entrar com um habeas corpus a favor do líder caminhoneiro Marcos Antônio Pereira Gomes, conhecido como Zé Trovão. Ele teve um mandado de prisão expedido pelo ministro do STF Alexandre de Moraes, por incitar atos antidemocráticos. A prisão de Zé Trovão ainda não havia sido confirmada.