As manifestações após o 7 de Setembro continuaram sendo registradas em rodovias do Rio Grande do Sul nesta quinta-feira (9). Até o início da manhã, havia mobilização em estradas de diferentes regiões, como Vale do Rio Pardo, Vale do Caí, Fronteira Oeste, Serra, Litoral Norte e Região Central. Durante a tarde, também houve lentidão em diversas rodovias gaúchas. Por volta das 20h, todos os pontos de bloqueios já haviam sido liberados.
Veja os principais pontos nos quais houve manifestações
Vale do Rio Pardo
Em Candelária, manifestantes abordaram caminhões na RS-287, na altura dos kms 81, 105 e 138, em Candelária, Santa Cruz do Sul e Venâncio Aires, respectivamente. Não houve interdição total do tráfego.
Conforme o Comando Rodoviário da Brigada Militar (CRBM), o grupo convidava caminhoneiros a participarem da mobilização, mas estava liberando a passagem dos veículos após 15 minutos. A ação foi registrada no trecho desde quarta-feira (8).
No km 82 da RS-287, próximo a Venâncio Aires, houve bloqueio total durante o dia. Cerca de 300 caminhões chegaram a ficar parados no local. Segundo a polícia rodoviária, após negociação, o trecho foi liberado. Mesmo assim, o fluxo de veículos seguiu lento por algumas horas.
Já na RS-453, entre Venâncio Aires e Mato Leitão, caminhoneiros que fazem bloqueio desde a quarta-feira intensificaram a manifestação nesta quinta. Eles usaram pneus e cones e para trancar a pista. A liberação ocorria a cada 30 minutos, sendo acompanhada pela polícia rodoviária. À noite, o trecho foi liberado e o trânsito voltou a fluir.
Vale do Caí
Bloqueios parciais para veículos pesados foram registrados na RS-122, em São Sebastião do Caí, nos kms 7, 64 e 96. Em outro ponto, na RS-240 em Montenegro, o trânsito fluía bem na tarde desta quinta-feira.
Serra gaúcha
O km 153 da Rota do Sol, em Caxias do Sul, chegou a ficar bloqueado por cerca de uma hora, mas foi liberado às 10h10min. Não houve congestionamento no trecho. Manifestantes também se posicionaram no km 64 da RS-122, em Forqueta, entre a cidade e Farroupilha.
Em Flores da Cunha, no km 96 da RS-122, segundo o comando rodoviário, um grupo abordou caminhoneiros que passavam pela estrada, solicitando que eles parem os veículos para aderir ao ato. Demais veículos eram liberados. Considerado um dos pontos de maior mobilização nesta quinta-feira, o trecho fica na rotatória de acesso a Nova Pádua.
Já na BR-116 foram registrados cinco pontos de manifestação, sendo que a maioria deles ocorreu em Vacaria, onde um grupo seguiu mobilizado na BR-285. Lá também houve abordagem aos motoristas de caminhão, mas sem registros de bloqueios.
Outro ponto de bloqueio foi a RS-235, no km 8, em Nova Petrópolis, onde um grupo de pessoas têm se mobilizado desde o feriado de 7 de Setembro. Até as 9h desta quinta-feira, a rodovia ficou bloqueada. Durante a tarde, os carros de passeio foram liberados, mas os caminhoneiros eram convidados a parar. O clima no local era de tensão por volta das 17h.
Na RS-020, no km 96, em São Francisco de Paula, a mobilização começou por volta das 9h desta quinta-feira. Não houve bloqueio.
Região Central
Nas rodovias federais, segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF), houve bloqueio total no km 415 da BR-153, em Cachoeira do Sul, na Região Central, mas a liberação ocorreu às 9h30min.
Fronteira Oeste
Houve bloqueios parciais na BR-290, no km 482, em Rosário do Sul, e no km 420, em São Gabriel. Só passavam carros e caminhões com alimentos perecíveis. Outros veículos de transporte de cargas eram retidos.
Região Metropolitana
Nesta manhã havia um pequeno grupo de caminhoneiros na RS-040, em Viamão, entre as paradas 87 e 88, mas sem bloqueios.
Vale do Paranhana
Foi registrada lentidão em dois pontos na região. O primeiro ocorreu na RS-239, no km 49, no trecho entre Parobé e Taquara, onde caminhoneiros se reuniram desde as 6h30min. Por volta das 16h30min, os manifestantes seguravam cartazes às margens da rodovia.
O outro é na RS-115, km 13, em Igrejinha, onde o protesto começou por volta das 9h.
Segundo o Comando Rodoviário da Brigada Militar, os manifestantes fizeram bloqueios temporários nas duas rodovias, causando lentidão. O comando acompanhou as manifestações.
Litoral Norte
Houve manifestações em pelo menos dois pontos da BR-101. O maior foi em Três Cachoeiras, onde manifestantes chegaram a parar caminhões no km 23. A rodovia já foi liberada.
Já em Osório, caminhoneiros liberaram a passagem de veículos no km 85 por volta das 9h. Foram cerca de duas horas e meia de bloqueio para caminhões que seguiam em direção a Torres.
Sul do RS
Um grupo de caminhoneiros se concentrou na lateral da BR-116, na altura do município de Camaquã. Segundo um motorista ouvido por GZH, apenas ônibus, veículos oficiais e automóveis particulares cruzavam o trecho, próximo à entrada da área urbana da cidade. Parte dos veículos foi escoltada pela PRF para seguir viagem, por volta das 8h.
A PRF informou também que começou a liberação do km 481 da BR-116, em Turuçu, às 9h.
A BR-392, em Pelotas, havia sido liberada pela Polícia Rodoviária Federal no final da manhã desta quinta-feira, mas voltou a ser bloqueada durante a tarde na altura do km 66.
Norte do RS
Na BR-386, em Sarandi, caminhoneiros realizaram um bloqueio total da rodovia junto ao pátio de dois postos de combustíveis. A liberação ocorreu em cada um dos sentidos a cada 20 minutos e os agentes federais seguiam negociando com os manifestantes nesta tarde. À noite, a rodovia foi liberada.
Presidente grava áudio
As manifestações tiveram início após os atos de 7 de Setembro, convocados pelo presidente da República, Jair Bolsonaro. Ainda que exista a intenção de alguns de dar seguimento aos bloqueios, a categoria diz estar "confusa" e apresenta divisão.
Grande parte dos representantes da classe com quem GZH conversou disse que não recomenda a participação nos atos e que a orientação para a iniciativa vem do setor do agronegócio e de lideranças políticas. O cenário de Brasília é um fator decisivo para definir a continuidade dos bloqueios.
Diante da mobilização em ao menos 14 Estados, o presidente Jair Bolsonaro gravou um áudio pedindo aos caminhoneiros que liberem as estradas. Na mensagem, Bolsonaro trata os caminhoneiros como "aliados" e diz que a ação "atrapalha a economia".
Balanço do Ministério da Infraestrutura, divulgado na madrugada desta quinta-feira, apontou que havia pontos de concentração em rodovias federais de 15 Estados.