A Polícia Rodoviária Federal (PRF) e o Comando Rodoviário da Brigada Militar (CRBM) realizam uma estratégia em três níveis para garantir o trânsito nas rodovias gaúchas. Desde a noite de quarta-feira (8), pelo menos sete pontos foram bloqueados por caminhoneiros no Estado.
A tática mais usada pelos policiais é a negociação. Eles permitem concentração e protesto por parte dos caminhoneiros, desde que fiquem às margens das rodovias e não façam coação aos colegas. Em casos de bloqueios – e ocorreram pelo menos seis no Rio Grande do Sul, entre a madrugada e a manhã de quinta-feira (9) –, as polícias decidiram escoltar os motoristas que não desejam aderir à paralisação. Isso foi feito pela manhã entre Camaquã e Pelotas. Por fim, caso a obstaculização das estradas persista, será usada a força.
- Temos unidades prontas para agir e desobstruir as estradas, mas ainda não tivemos nenhum confronto. Esperamos que não seja necessário e que os manifestantes entendam que não podem obrigar os colegas a aderir à paralisação – pondera Felipe Barth, do setor de Comunicação Social da PRF.
Os bloqueios, parciais ou totais, foram registrados em Camaquã, no Sul do Estado (BR-116), Três Cachoeiras, no Litoral Norte (BR-101), Taquara, no Vale do Paranhana (RS-115), Caxias do Sul, na Serra (RS-122), Rosário do Sul e São Gabriel, na Campanha (BR-290) e Cachoeira do Sul, na Região Central (BR-153).
As polícias Federal e Civil também monitoram a movimentação dos caminhoneiros e não descartam abertura de inquéritos contra os que forçarem bloqueios.
As paralisações ocorrem em 15 estados e, desta vez, não envolvem bandeiras tradicionais da categoria, como questões do frete e redução no preço dos combustíveis. São em apoio a pautas defendidas pelo presidente Jair Bolsonaro, como “fim da ditadura do Supremo Tribunal Federal” e apoio ao Marco Temporal em relação às terras indígenas (devem ter direito às terras consideradas ancestrais somente os povos que as estivessem ocupando no dia da promulgação da Constituição Federal). E existem também bandeiras regionais. Nas rodovias estaduais, os manifestantes criticam o ICMS cobrado dos combustíveis.
As entidades que costumam liderar movimentos da categoria asseguram que não estimularam a paralisação atual.