O deputado federal Luis Miranda (DEM-DF) diz ter relatado em caráter privado a membros da CPI da Covid o nome do político que supostamente teria ameaçado o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello e pedido "pixulé". A afirmação foi feita pelo parlamentar em entrevista ao Roda Viva, da TV Cultura, na noite da segunda-feira (12). Ele, contudo, não revelou a identidade de quem supostamente pediu propina.
— Se Pazuello der o nome, eu confirmo. Esse nome não é do meu partido — limitou-se a dizer.
De acordo com a jornalista Vera Magalhães, âncora do programa, Miranda citou o nome do presidente da Câmara, Arthur Lira (Progressistas-AL) aos senadores da CPI. O deputado não confirmou - nem negou -, mas ressaltou que Pazuello deveria voltar à comissão de inquérito para esclarecer o episódio.
— Eu não quero ser a pessoa do "ouvi falar", quem passou por isso deve falar — afirmou na entrevista.
Miranda disse ainda que, caso Pazuello acuse a pessoa errada, vai desmenti-lo publicamente.
O deputado, tido como um dos "homens-bomba" das suspeitas de corrupção por parte do governo federal em compras de vacinas, ainda afirmou que Pazuello não sabia do escândalo da Covaxin dois dias antes de ser exonerado do cargo, sinalizando que o presidente Jair Bolsonaro pode não tê-lo avisado sobre as denúncias apresentadas pelos irmãos Miranda.
O parlamentar destacou que rompeu completamente com o chefe do Palácio do Planalto.
— Eu não subo mais em um palanque com Jair Messias Bolsonaro — garantiu.