A negociação do Ministério da Saúde para adquirir a vacina indiana Covaxin, produzida pelo laboratório Bharat Biotech, entrou na mira da CPI da Covid nos últimos dias. Pontos como o valor pelo qual o imunizante teria sido contratado e o curto prazo para sua aquisição são alvo de questionamento dos senadores.
O chefe de importação do Departamento de Logística em Saúde, Luis Ricardo Fernandes Miranda, mencionou "pressões anormais" no fechamento do contrato de aquisição da vacina indiana. Ele diz ter alertado, ao lado de seu irmão, o deputado Luis Miranda (DEM-DF), o presidente Jair Bolsonaro sobre supostas irregularidades na negociação da compra da vacina em março deste ano, em um encontro no Palácio da Alvorada.
Confira quem é quem
Luis Claudio Fernandes Miranda
Deputado federal pelo Democratas do Distrito Federal, é conhecido por Luis Miranda. Afirma ter levado, com o irmão, diretamente ao presidente Jair Bolsonaro denúncia de suposta corrupção na aquisição da Covaxin
Luis Ricardo Fernandes Miranda
Ex-coordenador de Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde, é irmão do deputado. Afirma que recebeu "pressão atípica" por parte de superiores de dentro da pasta, entre eles Alex Lial Marinho, para a compra da vacina indiana
Alex Lial Marinho
Então coordenador-geral de Aquisições de Insumos Estratégicos para Saúde do Ministério da Saúde, o tenente-coronel é apontado como um dos responsáveis pela pressão pela Covaxin
Marcelo Pires
Então coordenador logístico do Plano Nacional de Operacionalização de Vacinas contra Covid-19, o coronel também é apontado como responsável por pressões pela vacina indiana
Roberto Dias Ferreira
Chefe da área de logística do Ministério da Saúde, também é apontado como autor de pressões envolvendo a Covaxin. Segue no cargo
Elcio Franco
Então secretário-executivo do Ministério da Saúde, o coronel era braço direito de Eduardo Pazuello. Era o chefe de Alex Lial Marinho. Atualmente é assessor na Casa Civil, subordinado ao ministro e general Luiz Eduardo Ramos
Eduardo Pazuello
General da ativa do Exército e então ministro da Saúde. Agora, é secretário de Estudos Estratégicos da Secretaria Especial de Assuntos Estratégicos da Presidência da República
Ricardo Barros
Deputado federal pelo Progressistas, líder do governo de Jair Bolsonaro na Câmara dos Deputados e autor da emenda que viabilizou a importação da Covaxin. Na CPI da Covid, Barros foi apontado pelo também parlamentar Luis Miranda como a pessoa que teria sido mencionada pelo presidente como responsável pelo "rolo" na aquisição da vacina indiana. No governo Temer, foi ministro da Saúde, o que provocou uma ação do Ministério Público Federal contra ele por conta de um contrato de compras de medicamentos da Global Gestão em Saúde, sócia da Precisa Medicamentos, que representa o laboratório indiano Bharat Biotech. O senador Alessandro Vieira (Cidadania-ES) comunicou à presidência da Comissão que irá solicitar o convite ou a convocação de Barros para prestar esclarecimentos no Senado.
Francisco Emerson Maximiano
Empresário, é sócio-administrador da Precisa Medicamentos, que intermediou a aquisição da Covaxin pelo Ministério da Saúde ao preço de US$ 15 a dose, valor 1.000% maior do anunciado, seis meses antes da negociação, pela fabricante Bharat Biotech. Foi convocado a depor na CPI da Covid