O presidente Jair Bolsonaro chamou o grupo de sete senadores independentes e oposicionistas da CPI da Covid de "bandidos" durante cerimônia de inauguração da Estação Radar de Ponta Porã, no Mato Grosso do Sul.
— Não conseguem nos atingir. Não vai ser com mentiras ou com CPI integrada por sete bandidos que vão nos tirar daqui — disse à plateia.
Ataque ocorre no momento em que a comissão começa a investigar denúncias de corrupção no governo federal. O presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM), rebateu a fala do presidente.
— Eu vou aqui mandar uma mensagem: presidente, pare de olhar no espelho e falar com ele. Quando a gente fala para o espelho, dá nisso — disse Omar Aziz durante sessão da CPI da Covid.
— Ele não explicou ainda para quem ele mandou investigar o caso da Covaxin, mas, de uma forma repetitiva, ataca membros dessa CPI, chamando de bandidos e outros adjetivos — completou.
A compra da Covaxin é investigada após o governo ter fechado um contrato com preço superior dos demais imunizantes e em tempo recorde. O Executivo decidiu suspender a aquisição. A CPI inaugurou uma nova linha de investigação com os depoimentos do deputado Luis Miranda (DEM-DF) e do servidor do ministério Luis Ricardo Miranda, irmão do parlamentar, na semana passada.
Os irmãos Miranda dizem ter avisado Bolsonaro sobre um suposto esquema de corrupção envolvendo as doses do imunizante indiana, em reunião no dia 20 de março. De acordo com o deputado Luis Miranda, o presidente atribuiu o "rolo" a Ricardo Barros, que nega o envolvimento.
— Ele não deu nenhum adjetivo ao deputado Miranda, que o acusou de prevaricação — disse Omar Aziz, em tom de provocação.