Em depoimento à CPI da Covid, nesta terça-feira (25), a secretária de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde do Ministério da Saúde, Mayra Pinheiro, disse que não soube de problemas de abastecimento de oxigênio em Manaus enquanto esteve na capital amazonense, entre os dias 3 e 5 de janeiro. Segundo ela, a finalidade da viagem à cidade foi "fazer relatório de prospecção".
— Não houve percepção de que faltaria (oxigênio). Pelo o que tenho de provas, é que tivemos comunicação por parte da secretaria estadual (da Saúde), que transferiu ao ministro email da White Martins dando conta sobre problema na rede de abastecimento — disse.
Sobre a crise local, Mayra alegou que a situação era "extraordinária" e que seria impossível fazer previsão sobre a falta do produto.
— Situação de caos, é impossível fazer previsão de quanto se usaria a mais, passaram de 30 mil metros cúbicos para 80 mil cúbicos — afirmou Mayra, que disse ainda não ter atuado na força-tarefa de obtenção de oxigênio.
— Eu não estava mais em Manaus — afirmou.
Segundo a secretária, a escolha de seu nome para ir a Manaus no início de janeiro se deu por ela estar no ministério desde o início do governo. Mayra disse ainda que, desde a gestão de Luiz Henrique Mandetta, o Ministério da Saúde deu continuidade aos trabalhos.
— Todas as ações tiveram grandes contribuições em momentos diferentes.
Defesa da cloroquina
A médica também não abandonou sua defesa de medicamentos sem a eficácia comprovada para o tratamento da covid-19. Para a secretária, "todos os recursos têm que ser utilizados", afirmando que a orientação para o uso dos medicamentos fora de bula é para todos os médicos brasileiros, não apenas os de Manaus.
— Numa situação de guerra, nós lançamos mão de todas as evidências disponíveis desde que a gente esteja diante de medicamentos seguros — afirmou.
A secretária também disse que trabalhou para transferência de pacientes de covid-19 em Manaus para outros Estados, mas que não participou do transporte de nenhum paciente adulto.
— Eu participei da tentativa de transportes de crianças da UTI neonatal, não participei dos transportes de adultos — afirmou Mayra, que negou saber quantas pessoas tenham morrido durante o procedimento.