O governador do Pará, Helder Barbalho (MDB), divulgou no início da noite desta terça-feira (14) que está com coronavírus. O anúncio foi feito pelo próprio gestor em seu perfil oficial em uma rede social nesta terça-feira.
— Como vocês sabem, parte da minha equipe deu positivo para o coronavírus. No último sábado (11) eu fiz exame e deu inconclusivo e depois fizemos uma contraprova, no Instituto Evandro Chagas, e deu negativo. Mas eles recomendaram que eu fizesse um novo teste nesta terça-feira (14) e o meu teste deu positivo. Portanto, quero informar a população paraense que eu estou com coronavírus — declarou.
Ainda em seu depoimento, Helder Barbalho disse que apesar de está com a covid-19 está bem e não apresenta os sintomas, mesmo assim está isolado e pede que a população permaneça em casa para evitar maior proliferação do vírus.
O paraense é o segundo governador do Brasil a anunciar que está com coronavírus, após Wilson Witzel (PSC), do Rio de Janeiro, publicar vídeo afirmando que seu teste deu positivo. Witzel afirmou que não vinha se sentindo bem desde a última sexta-feira (10) e pediu para fazer o exame.
— Tive febre, dor de garganta, perda de olfato e graças a Deus estou me sentindo bem e continuarei trabalhando aqui do Palácio Laranjeiras, mantendo as restrições e recomendações médicas, e tenho certeza de que vou superar mais essa dificuldade — disse Witzel.
Nos últimos dias, Witzel manteve uma rotina de encontros e entrevistas e teve contato frequente com o secretário estadual de Saúde, Edmar Santos. Na sexta-feira, por exemplo, quando diz ter começado a sentir os sintomas, o governador participou de uma reunião com o deputado federal Pedro Paulo (DEM-RJ), relator do plano de auxílio aos Estados na Câmara.
No mesmo dia, ele deu uma entrevista ao programa Balanço Geral, da TV Record, aparentemente com distanciamento. Um dia antes, havia participado do jornal Bom Dia Rio, da TV Globo, em formato de uma roda de conversa com dois jornalistas, também a certa distância. Já nesta segunda-feira, o governador publicou um vídeo ao lado do secretário de Educação, Pedro Fernandes.
No dia 31 de março, há duas semanas, ele esteve com o prefeito de Duque de Caxias, Washignton Reis, que está internado desde a madrugada do último sábado (11) em decorrência do novo coronavírus.
A Prefeitura do Rio também já havia sido atingida pela doença. Ao menos cinco secretários municipais foram diagnosticados, incluindo Beatriz Busch (Saúde), Adolfo Konder (Cultura) e Tia Ju (Assistência Social e Direitos Humanos). O prefeito Marcelo Crivella (Republicanos) teve resultado negativo.
Witzel e Doria
Ao lado do governador de São Paulo, João Doria (PSDB), Witzel é um dos chefes estaduais que mais se antagonizaram ao presidente Jair Bolsonaro sobre a condução da crise do novo coronavírus. Ele usou falas duras contra o presidente e manteve políticas rígidas de distanciamento social durante a pandemia.
Doria e Bolsonaro também chegaram a fazer o teste para a doença. O governador paulista mostrou o resultado negativo em uma entrevista coletiva no fim de março. Já o presidente disse que os dois exames que fez naquele mês deram negativo, mas até agora se recusou a mostrar os laudos.
Uma comitiva que viajou com Bolsonaro para os EUA teve ao menos 24 integrantes com diagnóstico comprovado da doença. Entre eles, estavam o secretário de Comunicação, Fabio Wajngarten, e o ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional, general Augusto Heleno.
Os governadores paulista e fluminense têm suas gestões da pandemia mais bem avaliadas em seus estados do que o presidente com, respectivamente, aprovações de 51% e 55% da população, segundo pesquisa do Datafolha feita de 1º a 3 de abril a margem de erro é de quatro pontos percentuais por ser uma amostra estendida do levantamento nacional.
Bolsonaro, por sua vez, tinha na pesquisa nacional uma gestão aprovada por 33% dos entrevistados, com uma margem de erro de três pontos percentuais devido a uma amostra mais ampla. Em São Paulo e no Rio, sua aprovação é similar, de 28% e 34%, respectivamente.