Depois de retirar Luiz Henrique Mandetta do cargo de ministro da Saúde e atacar o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), o chefe do Executivo nacional Jair Bolsonaro já sofre os primeiros revezes no Congresso Nacional. O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), entregou ao líder do PT na Casa, Rogério Carvalho (SE), a relatoria da Medida Provisória (MP) 905, do contrato de trabalho verde e amarelo, cujo conteúdo é fortemente criticado por petistas e sindicalistas. O argumento é que se trata uma precarização nas relações de trabalho.
Na Câmara, Maia colocou na pauta do próximo dia 22 a votação da urgência do projeto de lei patrocinado pelo centrão que obriga as empresas com patrimônio acima de R$ 1 bilhão a emprestar parte do seu lucro ao governo, para o combate ao coronavírus. O texto enfrenta forte resistência do setor privado, especialmente dos bancos, principal alvo da medida, que pressionam o governo para frear a iniciativa.
As duas decisões ocorreram na noite desta quinta (16). A retirada de Mandetta desagradou o meio político e principalmente o DEM, partido do agora ex-ministro. Contribuiu para a insatisfação a entrevista de Bolsonaro à CNN, com ataques a Maia.